domingo, 30 de setembro de 2012

Conflitos internos

   Eu gostaria de jogar meia dúzia de peças dentro da sacola e sair deixando a porta aberta; ir em busca de uma estrada menos esburacada, de um sorriso mais sincero... um olhar que me guie para um rumo mais seguro;
   Há! Se eu pudesse te largar aqui, em meio aos sentimentos confusos que compõem este coração meio perdido... mas carrego a necessidade de ar, assim como te levo aqui dentro; trapos de um amor, vai saber... e se a saudade bater, peço licença para a lembrança e sigo trilhando por onde acho menos perigoso; pode ser que um dia você queira voltar para casa, mas não sei se na volta ainda estarei estabilizada no mesmo lugar.
   É bem verdade que já dei passos largos, que talvez jamais perdoe, mas, sinceramente, hoje já não estou mais tão preocupada com o que você pensa...
   Ei! táxi! Espere eu colocar o resto das malas e me leve para o destino mais longe que puder; quero umas folgas, sem espelho, sem nada que me faça lembrar aquilo que hoje me entristece;
  É tão estranho viver entre o ápice da alegria e da tristeza... quando que eu ia saber que um telefonema poderia modificar tantas vidas?! Não é assim, deixa que de mim eu consigo cuidar - eu pelo menos tento.
   Não estou pedindo nada à você, nem a ninguém; só não quero ser julgada pelo que você considera certo ou errado; estamos falando de nós; de mim; daquele castelo de areia que o mar derrubou e você não se importou; as pessoas comentam, meu bem, sobre o que temos feito, mas já não há um 'nós'; o plural virou tese gramatical e apenas isto...
   Deixe eu cair mais uns tombos; os joelhos esfolados, quando ardem, faz com que pensemos que as artes devem diminuir; então, amor, me olhe de longe, de perto, de onde você achar melhor, mas esqueça e lembre tudo aquilo que você quiser sozinho... 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Eu te desejo...

    Talvez hoje eu esteja mais confusa que ontem. Os corredores são tantos, e múltiplas são as escolhas também. É difícil decidir; como se isso fosse apenas responsabilidade minha e de mais ninguém, mas não é. Qualquer atitude agora implica em mim, assim como em você e em outras tantas pessoas... um círculo de confusões e desesperos que eu gostaria de não mais compartilhar, mas é impossível, tanto quanto deixar de viver este momento.
    Um sublime sorriso que renasce por entre lágrimas perdidamente apaixonadas, de um coração nada maduro, com pequenas rachaduras e nenhuma inverdade - apenas incertezas.
      Mas vai saber! Eu sou muito mais do que você pensa em sua memória; como uma gota que cai em meio à seca, eu aliviei sua inconstante necessidade de ser feliz, e hoje o que resta é este pequeno pedaço de mim, que transforma-se constantemente em saudade e raiva; polos distintos, que batem dentro de um mesmo A+.
      Se eu me doou demais já não sei afirmar; é que nunca fui metade; nem para a tristeza, muito menos para alegria. Meus sorrisos foram inteiros, como um dia que contempla o sol; mas sempre tem uma nuvem carregada de tempestade que faz chover às 15h; agora o que resta é pegar o guarda-chuva e deixar que o vento estrague a minha chapinha e molhe meu jeans.
      Sim! talvez você nunca aprenda a falar de amor; talvez nem eu saiba. Vinte ou trinta anos de idade não são nada, perto da experiência de um casal que completa bodas de ouro. Mesmo cheios de mágoas e castelos de areia derrubados, houve a sabedoria - ou a falta dela - no ato de continuar. Talvez parar ou recomeçar sejam as melhores alternativas, mas ficar para sempre sozinho com certeza não é uma delas.
     A sua risada faz falta; e o jeito com que você mexe no cabelo também... o perfume que inspira um mundo que você nem sabe que existe, aqui dentro de mim.
      Tua ironia... tuas manias e todas as essências que fariam de nós dois um mundo novo e complemente sem vícios; mas nem tudo é como queremos, e será sempre assim.
       Pode até ser que eu fraqueje em alguma esquina, perdida dentro de um labirinto de solidão, mas prefiro que a luz da lembrança permaneça no escuro de minha visão, pois já cansei deste pique-esconde. Já estou meio grandinha para estas brincadeiras. O que diriam minhas fontes se vissem-me correr atrás de um fantasma invisível à seus olhos?!
     Sim! Você se tornou uma tormenta; um Gasparzinho; a metade daquilo que não é laranja, e talvez se aproxime do limão.
     Como em um dia frio você me deixou descoberta... logo a mim que passo frio no verão e que não suporto o ar condicionado; mas tudo bem, já estava na hora de eu perceber que estou crescidinha para ser cuidada. É hora de amarrar os cadarços da esperança e trilhar o que eu chamo de destino e você de errata. Que seja, já não me importo com seus conceitos, nem com a maneira cheia poeira que sua ótica vê o resto dos seres (meros mortais - sob teu ponto de vista).
       Quem sabe teu passado um dia apareça em uma mesa de café da manhã, e então você perceba que nem tudo são flores, mas que nem tudo que é ruim é a morte. É provável que neste dia eu já esteja onde você hoje deseja: em outro planeta. Então eu digo adeus, meu bem! Fique por aqui, perdido neste mundinho pacato com milhões de mistérios que nem você, nem eu, conseguiremos desvendar.
      Eu te desejo um mar de sonhos, apenas isto, que é para que um dia você entenda o que até hoje eu tentei explicar - em vão.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O seu momento é o AGORA

Eu poderia ficar horas por aqui, balbuciando palavras soltas, de pensamentos incompletos, na ânsia de fazer algo melhor. Eu poderia elevar a voz, ou rebaixá-la ao pé, tanto faz; tem vezes que, pronunciar um artigo que seja, já é demais.
Como um casamento de conjuntos que formam rimas, nem sempre tão boas, as ideias surgem e desaparecem feito esperança no deserto: esperar pela água é tão incerto, que a própria ansiedade faz com que a sede aumente, mas é necessário acreditar.
Talvez esta necessidade constante de superação faça com que o desespero seja tanto, que as ferramentas do corpo pedem folga, entram em férias e, posteriormente, solicitem um atestado de licença, e aí ficamos aqui, completamente perdidos. Estar confuso não é muito bom, principalmente quando a realidade te chama do mundo de Peter Pan, e por mais que você não deseje crescer, bem, a vida passa, e você... passa junto, mesmo que não queira. Lutar contra os ponteiros do relógio é irreal, só funciona como referência 'gire no sentido ante-horário', mas o cotidiano não lhe permite assim o fazer com os atos que geram burradas. Pois bem, seria interessante se pudéssemos gravar uma fita cassete e retroceder a cada suspiro fora de órbita, mas a modernidade chegou e você ficou para trás. O disco tocou, a trilha sonora mudou, o personagem que era vilão virou mocinha e o astro de cinema morreu. Tantas coisas que você, perdido em seu mundo de Alice, não viu, pensando estar no País das Maravilhas.
É então que o celular, rádio relógio ou até mesmo o televisor grita e diz 'é hora de acordar', e você pensa 'tem que ser agora? mais cinco minutinhos está dentro do limite?'... não! não está! a hora de abrir os olhos, esticar os braços e levantar da mesmice é agora.
A vida nunca vai lhe dar mais cinco minutinhos, pois são 300 segundos perdidos, que não voltam e que poderiam ter feito você não perder a condução, ou ter passado por uma pessoa que esbarraria com você, falando da necessidade de encontrar uma pessoa para o ramo X, que por sinal é o seu e você está atrás de emprego. Enfim, ficar bitolado pensando no que poderia e o que de fato acontece é demais, mas uma coisa é certa: é preciso evidenciar o agora; não deixar nada para depois. O daqui a pouco pode ser tarde - ou não, tem gente que é sortuda mesmo - mas até você saber qual é o lado da moeda que cairá para cima, o jogo rolou, seu time perdeu e a taça foi parar em mãos erradas.