Gratidão

Não adianta, a vida é mesmo uma caixinha de surpresas. Isso até parece meio clichê, mas qual é o sucesso que não vira um clássico?! Pode ser que metade das pessoas que você considera amigo em algum momento te traia. Assim como a surpresa é grande quando aqueles que representam algo se mostram muito mais importantes do que se imaginava. Mas a questão é que o bom mesmo é ter amigos. Seja de rede social, seja de infância, de faculdade, de bairro ou de trabalho. O bom mesmo é receber um recado inesperado, um sorriso sem motivo e um elogio que vai te deixar de queixo caído e sem palavras para agradecer. O bom mesmo é ir embora, para ver que você, em algum momento, vai fazer falta, e melhor que isso, vai ficar sabendo.

Seja qual for o seu signo, a sua idade, a sua descendência... seja qual for o seu espetáculo preferido, em algum momento os elementos se encontram. Aprenda, portanto, que ser feliz é a soma de momentos e de pessoas, e é por isso que quanto mais você luta por aqueles que tem por perto, maior é a chance de construir um castelo firme de lembranças. Não queira ter como material a areia, que apesar de ser abundante é sempre derrubada pela água; mas brigue pelas rochas, que apesar da dificuldade do peso para carregar, depois de montadas são imbatíveis.

Que a gratidão seja seu maior tesouro e que a humildade possa estar presente na tristeza, mas principalmente nos momentos de glória.

Um anjinho chamado Fran

A vida te prega peças indiscutíveis, daquelas que por horas te fazem refletir sobre o significado das coisas, mas Deus sabe exatamente a hora de organizar o jogo. Era tão jovem, um rosto de boneca e uma meiguice que eu levei muitos anos para conhecer e aceitar.
Eu não me lembro bem quando foi a primeira vez que vi, nem mesmo o real motivo do primeiro desentendimento, mas eu sei que foram vários. Longe de ser apenas uma conhecida, tu brilhava pela alegria, mas nossos polos de energia eram opostos e por muitos anos a única coisa que nos unia era a teimosia, por uma briga sem sentido e com nenhuma importância. Mas a maturidade vem, e tudo ficou tão claro. O Pai lá do céu nos mostrou que pessoas podem se conhecer uma vida inteira até realmente tornarem-se amigos, o que importa é quando seu coração está limpo e pronto para aceitar novas pessoas.
Fran, perdi as contas de quantas vezes ficamos horas conversando pela rede social e dizendo "que presente que foi a tua amizade", pois realmente foi uma novidade inesperada, para todos, mas principalmente para nós. Aprendi a gostar de ti, a te admirar e a querer estar presente nos teus momentos de alegria. Falamos sobre tão poucos assuntos, foi tão pouco tempo, minha amiga.
Tu era uma florzinha que tinha tanto ainda para desabrochar. Uma talentosa, uma guria inteligente e com  um coração puro... tão cheio de amor próprio... tão cheio de vida. Dói saber que ele parou. Eu queria tanto saber o motivo... queria tanto ter tido mais tempo, ter aproveitado mais os teus conselhos. Minha flor, como tu mesmo me chamava, nós teríamos tanto ainda para discutir sobre nossas madeixas loiras, sobre as fantasias e festas em comum. Tínhamos tanto para rir, tanto para relembrar e tantos pontos para serem colocados em 'ís'.
Saber da tua partida foi um choque. Lágrimas que caíram na mesma proporção de um coração que acelera de desespero. Eu ainda não acredito. Estou em choque. A comida não teve sabor. Dói saber que ficamos anos em um sentimento ruim, separadas por uma inimizade que nunca deveria ter conhecido. Mas apesar de tudo, percebemos a tempo que o que é pra ser, sempre acontece.
Hoje posso afirmar.. tu realmente foi um presente.. uma luz que vai iluminar a minha memória para sempre. Um anjo com olhos vibrantes que tive a oportunidade de conhecer. Vai doer, vamos chorar e até mesmo ficar pasmos, mas uma hora vamos aceitar que Deus precisava muito de ti. Ele precisava da tua inocência, da tua bondade. Ele precisava do teu amor, da tua compaixão. Ele precisa de um anjo para iluminar nossos caminhos.
Vai em paz... meus sentimentos eternos.

Então você me perde...

 Em nome de todas as mulheres, pois todas passam exatamente por isso. Em nome das minhas amigas e daquelas que eu nem conheci, mas que neste momento choram por quem não merece...

Você me perde e me deixa partir, me esconde e me coloca do outro lado... depois busca, como um peixe que pede desesperadamente por água. Você me deixa isolada, perdida em um sentimento que eu não sei explicar, depois vai embora, quase do mesmo jeito que chegou: sem eu perceber.

Talvez a maior culpada seja eu mesma, que me deixo levar pelo seu sorriso que aparece junto com a chuva em regiões áridas. Mas acho que pontos finais aparecem quando as vírgulas já viciaram o texto, então é hora de dizer the and.

Eu estou viciada neste jogo de ir e vir, mas não vou voltar atrás uma terceira vez, não quero ter que engolir o orgulho depois que você me manda embora. É sempre assim, quando a zona é de perigo você lembra que eu existo... ou em uma madrugada fria num final de domingo. Mas eu já cansei de ser mandada embora como se tudo fosse uma brincadeira, um jogo formado por um único jogador.

Então eu me perco nas palavras, nas lágrimas. Me perco olhando constantemente para a tela de um celular que nunca acende. Tentando ouvir a sua voz no meio da noite, em uma ligação sem motivo algum. São dias que se repetem, numa montanha russa que nunca chega ao topo. E quando você está perto demais, você desiste e deixa o rumo cair para o zero.

Talvez eu só tenha valor quando levo chocolates num sábado a noite, na esperança de te fazer sorrir. Quando descubro todos os teus desejos e faço o impossível para te ver feliz. Talvez eu nunca me cansasse de tentar ser aquela que mereceria o seu coração. Mas eu cansei antes. Cansei de ouvir sempre a mesma desculpa. De ver sempre as mesmas cenas e aceitar respostas automáticas.

Eu te vi no escuro, e algo quebrou aqui dentro. São cacos de um sentimento que não deveria existir.

Então eu digo apenas ‘ok’ na esperança insensata de que um dia tudo isso mudará. Eu gostaria de acreditar no que as evidências apontam e então eu seguiria lutando, mas não... é preferível desistir agora. Não me procure mais, nem quando o seu coração apertar, pois eu sei que ele vai.

Falta coragem

Talvez esteja faltando coragem. Coragem para arriscar sem medo, sem receios, sem pensar no passado ou sem temer o futuro. Talvez estejamos encurralados dentro de um mesmo sentimento, mas cada um com seus anseios, cheios de um pânico que nos prende ao obscuro.
Talvez estejamos aqui, do outro lado, vendo o arco-íris sem nem mesmo contemplar a chuva ou o sol... por medo, por insegurança e por todas as desculpas que vamos colhendo pelo caminho, postergando a chegada e alterando as rotas para jamais chegar ao destino. Talvez estejamos cheios de medo de descobrir o que tem lá, o que mora do outro lado do horizonte... medo de experimentar uma felicidade que só conhecemos na doce ilusão.
Sonhar passou a ser nosso maior companheiro e apesar da falta de tempo, de tantas oportunidades que surgem, nos prendemos àquilo que parece improvável e vamos deixando de lado o que era para servir de força. Talvez nós só estejamos fazendo o que é certo; talvez estejamos cometendo uma das maiores burrices. Já não sei... mas o incompleto ficou nas entrelinhas. São frases não ditas, sentimentos que ficam pendurados em meias palavras em uma ligação telefônica e aquela frase que é digitada e apagada antes mesmo do enter entrar em ação.
Quem sabe um dia consigamos, ou não, fazer aquilo que nem mesmo nosso inconsciente admite. Talvez você lembre do sorriso, do abraço e até consiga sentir o cheiro, mesmo distante, mas falta força de vontade. Ainda assim eu ainda estou apostando que o que falta é coragem. Coragem de olhar no espelho e enxergar a placa luminosa que grita na sua testa "arrisca e vai em frente".

Beijoo

Beijo que nasce no canto da alma, que tem cheiro de saudade, que tem gosto de prazer. Beijo que enche os olhos de lágrimas, que aumenta a ansiedade e que faz o chão parecer nuvens feitas de algodão colorido. Beijo que começa na testa, que desce para a pontinha do nariz, que escorrega para a bochecha, que vai até o queixo e então encosta os lábios. Beijo que suspira, que inspira, que motiva. Beijo que alucina. Beijo feito de amor, de alegria, de desejo, de querer mais um pouco. Beijo roubado, beijo molhado, beijo que ficou na lembrança de um momento resguardado no canto da caixinha de lembranças, registrado em um dia de chuva.
Beijo que arde, que alucina, que faz aquecer o rosto. Beijo que começa depois do abraço, que gera amasso, que contempla o semblante daquele que espera horas e mais horas. Beijo que conta os segundos nos três ponteiros do relógio, que cura aflição, que entorpece de uma felicidade insubstituível.
Beijo doce, beijo salgado, beijo com gostinho de quem correu para chegar a tempo. Beijo de despedida, de chegada, beijo que pede para jamais partir. Beijo que sem voz diz 'eu te amo'. Beijo que cala a tristeza, que interrompe a discussão, que cura aquela ferida remendada no coração. Beijo que dorme com o nascer da lua, e que acorda no meio da noite para procurar o pescoço amado e em apenas um estalo dizer 'ainda estou aqui'. Beijo que descarta passagens de ida, que cancela viagens, que encerra chamadas telefônicas.
Beijos, beijinhos, beijões... beije pela essência, pelo querer ou pelo mais simples dos motivos: beije para que  o coração e a alma unam-se em uma única vontade de transpor carinho através dos lábios.

Feliz Dia do Beijo.

Aprendendo a ser grande

Definitivamente você está proibido de parar no meio da rua e sentar em um meio fio para chorar.Você precisa aprender a ser grande, aceitar que tudo tem solução e que está na hora de deixar de lado algumas inocências. Você precisa aprender que cresceu.

Quem foi que disse que ser adulto era fácil, legal e divertido? Ser adulto é insuportavelmente chato, é uma viagem sem retorno, é uma passagem só de ida. E se você quiser voltar? aceite o desespero de que isso é impossível e apenas aceite que está na hora de você se adequar ao meio, às pessoas e às situações que surgem a cada segundo no seu dia a dia. Talvez você ainda não tenha aprendido um montão de coisas que os quarentões fazem, mas tudo bem, você recém fez vinte e um, então é aceitável. A diferença é que o mundo não quer saber a sua idade, ele quer apenas resposta.
Você vai ter que responder sim ao supermercado, mesmo que ele te imponha valores absurdos e que o aluguel coma junto com você na mesa ao meio dia. Você vai ter que pagar a gasolina do carro - se tiver - e arcar com aquela parcela no final do ano que sempre faz você pensar que nada nunca será seu (IPVA). Você vai ter que deixar de comprar um doce para comprar feijão e vai chegar em casa e ter de arrumar a cama que ficou quase 12h desarrumada.
Você está aprendendo a ser adulto na prática, e então descobre que as teorias nem sempre possuem as fontes verdeiras. Parecia tão bom sair e não ter hora para voltar, ter seu próprio dinheiro e ainda assim ser o dono do seu destino. Só que nunca é tão simples como algodão doce.
Talvez você esteja desesperado, com mil problemas, mas é necessário correr atrás da solução. Você já não é pequeno para simplesmente deixar que as lágrimas tentem resolver e arcar com a solução. Então deixe que seu coração fique um pouco mais triste hoje. Deixe que ele quebre em mil pedaços amanhã. Mas não esqueça que este mundinho gira, gira, gira e quem uma hora empurra, na outra volta cai.

Perdoar - uma questão de consciência

Eu nunca fui de guardar rancores, de jurar vingança ou de dar respostas. Nunca fui de ficar esperando, de ouvir um pedido de desculpas e ficar indiferente, ou me omitindo ao perdão. Acho que foi exatamente por isso que eu caí diversos tombos.

Se for assim, prefiro continuar ralando os joelhos.

Com o tempo você aprende que não pode confiar em todo mundo. E mesmo que confie, ainda assim é bom pensar na possibilidade do que fazer se um certo alguém te trair. As pessoas nem sempre falam por maldade, às vezes a necessidade de ter o que contar coça a língua e aí o que era para ser um segredo acaba sendo um conto de roda entre amigos. Ou conhecidos - depende da ótica. O caso é que a traição um dia bate na porta e você tenta fugir pela janela, tenta esconder o sol com a peneira, tenta virar a página como se o borrão da caneta não ultrapassasse o papel, mas ele ultrapassa.

Já perdi as contas de quantas vezes jurei segredo para coisas que nem eram tão escondidas assim e no final das contas acabei traindo a confiança de muita gente. Já pedi perdão. Já solicitei desculpas com a cara mais humilde do mundo. Já fui perdoada, julgada, e até mesmo esquecida. Como uma peça de um jogo que não presta e não merece continuar no tabuleiro. Mas tudo bem, no mundo - de acordo com o filme inteligente A Invenção de Hugo Cabre - todo mundo tem o seu lugar certo aqui, como em um relógio, cada peça justifica a sua função e é por isso que não importar-se é mais condizente que ficar espantado.

Porém, apesar dos pesares e dos exemplos, eu não nasci para ser uma seguidora do comum. Eu faço a diferença naquilo que a maior parte das pessoas julga errado, contudo, prefiro cair umas novecentas vezes que ficar oitocentas e noventa e nove vezes com vontade. Eu erro. Eu peco. Eu me deixo levar. Eu recomeço e caio mais uma vez. Talvez você ache desnecessário e até burrice insistir em determinados aspectos, mas eu não nasci para ficar de mal. Não consigo ficar por muito tempo evitando alguém que já conquistou seu espaço no meu coração, por isso, eu perdoo sempre. Eu peço desculpas até mesmo quando estou certa. Eu imploro perdão até mesmo quando não sou a errada. Pode parecer meio louco, meio fora da realidade, mas já voltei para o lado da 'cobra' - como muitos chamam - diversas vezes e sempre acreditando que desta vez seria diferente. Algumas foram, outras não.

O caso, meus amigos, é que viver desconfiado não é saudável, portanto eu prefiro quebrar a cabeça chorando, pois já inventaram remédio para dor, do que viver fugindo de tudo e de todos. Perdoar é uma das maneiras mais simples de ser feliz. Por isso, eu não creio pela metade, não vivo pela metade, não sou amiga pela metade.

Eu sou inteira, de um jeito às vezes até meio imaturo e inocente, mas prefiro ser assim, tola, que sem caráter.