segunda-feira, 8 de junho de 2015

Uma casa nova (literalmente)

Sair de casa é uma das escolhas mais difíceis que se tem de fazer. Pelo menos se a gente tem tudo na zona de conforto. Fica a dúvida: comprar um carro ou pagar um aluguel? Afinal, o que é mais importante? Ainda estou pensando sobre. Mas algo me inspirou essa noite. Quem sabe sejam os ares, ou os cheiros que eles trazem.


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Os poucos anos em que escrevi sobre decoração me deram uma pequena noção sobre como ter uma casa. Sim, na prática não é tão fácil assim, mas pequenos detalhes fazem grandes diferenças, até para um local pequeno. De uns tempos para cá, tenho pensando em retirar todos aqueles presentes que ganhei de formatura e que nunca foram parar na parede, ou numa mesa de centro de sala. A verdade é que quando fiz a lista, pensei que a graduação me renderia independência. Mas não. Os meses foram passando e foi mais fácil levar o baú para os pés da cama, do que alugar uma peça que se chamaria apartamento. Mas, de tanto ver aquele porta retrato sem fotos atrás do armário, pensei que fotografias combinariam mais com ele do que o plástico original da embalagem.

Foi por pensar nisso que resolvi escrever, sob um novo ângulo, coisas que muitas vezes já publiquei em jornais. Como decorar, afinal, um espaço que a gente possa chamar de lar? Nessa perspectiva vi um universo de possibilidades e cheguei à conclusão de que não precisaria de um mar de dinheiro para montar um ambiente para chamar de meu (mesmo que no final o dinheiro do aluguel pagasse algo que nunca iria ser revertido no pronome possessivo).

De qualquer forma, o que eu poderia ter, então? Sabonetes! Sim, eles são fundamentais. Sabonete ruim não dá vontade de usar, fora que aquele que tem um cheiro especial ainda serve de aroma para a peça menos frequentada como ‘de estar’. Na verdade foi justamente um sabonete que lançou esse post ao blog. Mas ok, uma caixa da natura não seria um bom sofá e é preciso pensar nos móveis. Sabe brechó!? Eles sempre têm peças que saem de um guarda-roupa e pulam para o seu por um preço absurdamente menor que a roupa nova. Com os ‘equipamentos’ de casa funciona assim também. Quem é que consegue ingressar na vida adulta e sair comprando a loja mais cara da cidade? Poucos, acredito (eu pelo menos estou na grande lista dos que não podem).

Aí que entra o brique! Vamos ao sofá simples, e ao lado dele aquele móvel que está sem uso ganha cor e é claro que em cima dele sai do meu baú um porta retrato com uma fotografia do diploma que eu ainda não fui buscar no fotógrafo – antes ocupar o espaço do HD dele do que ter que encaixotar mais uma lembrança que tem sede de ganhar a vida de uma prateleira.

Eu sei que a lista é imensa. Mas quem sabe não seja a hora de sair da zona de conforto e movimentar a criatividade para aprender a fazer arroz na casa nova!? Ok, ainda é só um lapso de ideia, mas talvez a caneta ganhe uma nova lista essa semana. Acho que aquele porta-chaves com mãos de violão e guitarra merecem um espaço ao lado da porta e a boneca de ferro, que hoje está no quarto da minha mãe por ser linda demais para ficar guardada, já está na hora de voltar a ser minha.


Tomara que logo eu possa vir aqui postar fotos dessa casinha que não é de boneca, mas que tem tudo para ser pequena e cheia do que é essencial para tudo na vida: cheia de mim. Que a poesia tome a ponta de uma varinha de condão e a fada madrinha me escute, amém!