segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Essa tal honestidade

Nunca tive a intenção de conquistar multidões; nem que essa multidão fosse apenas um jeito exagerado de dizer que eram cinco pessoas. Não era parte dos meus planos escrever um diário de erros e acertos, nem contabilizar aquilo que fiz de bom, para abater no que resultou algo não tão positivo assim.
Nem toda lágrima que eu disse ser de alegria realmente era, assim como muito sorriso foi um esboço massante de um coração apertado. Mas, de um jeito ou de outro, sempre economizei em adesivos. O que eu penso, ou sentia, sempre esteve tão claro, que por si só já representava sua semelhança em minha testa; ou no olhar.
Não é fácil ser correta, por que de um jeito ou de outro, vão te apontar uma espada; alguns para te chamar à luta, outros apenas para te tirar o sono.
Para falar bem a verdade, ninguém é totalmente bom ou mau. Somos feitos dessa coisa chamada ego. A gente quer ser melhor; pra gente ou para os outros, mas quer. A gente deseja aquilo que não tem - e não me venha com o só tenho o que poderia ter e sou feliz. Não somos. Sempre há uma bolsa mais elegante; um celular de geração melhor. Há sempre uma visão que ultrapassa o horizonte e que nos prende, nos enfeitiça para que esperemos uma maneira de agir.
Nem tudo sai como planejamos; nem todo erro foi pensado. Nem todo acerto foi por querer.
Há sempre um pouco de dúvida, mesmo que a prova real esteja à sua frente. Mas nesse jogo desregrado, ganha quem tem sede de vencer, e nesse tabuleiro, poucos se importam com uma tal palavrinha que se chama verdade.
Mentir às vezes é a única saída. Há diversos tipos delas. Mas, de contraponto, todo mundo já mentiu. Ou para se sair bem, ou para defender alguém, ou para simplesmente ficar sem: sem um mínimo de consciência tranquila.