Eu nunca fui de guardar rancores, de jurar vingança ou de dar respostas. Nunca fui de ficar esperando, de ouvir um pedido de desculpas e ficar indiferente, ou me omitindo ao perdão. Acho que foi exatamente por isso que eu caí diversos tombos.
Se for assim, prefiro continuar ralando os joelhos.
Com o tempo você aprende que não pode confiar em todo mundo. E mesmo que confie, ainda assim é bom pensar na possibilidade do que fazer se um certo alguém te trair. As pessoas nem sempre falam por maldade, às vezes a necessidade de ter o que contar coça a língua e aí o que era para ser um segredo acaba sendo um conto de roda entre amigos. Ou conhecidos - depende da ótica. O caso é que a traição um dia bate na porta e você tenta fugir pela janela, tenta esconder o sol com a peneira, tenta virar a página como se o borrão da caneta não ultrapassasse o papel, mas ele ultrapassa.
Já perdi as contas de quantas vezes jurei segredo para coisas que nem eram tão escondidas assim e no final das contas acabei traindo a confiança de muita gente. Já pedi perdão. Já solicitei desculpas com a cara mais humilde do mundo. Já fui perdoada, julgada, e até mesmo esquecida. Como uma peça de um jogo que não presta e não merece continuar no tabuleiro. Mas tudo bem, no mundo - de acordo com o filme inteligente A Invenção de Hugo Cabre - todo mundo tem o seu lugar certo aqui, como em um relógio, cada peça justifica a sua função e é por isso que não importar-se é mais condizente que ficar espantado.
Porém, apesar dos pesares e dos exemplos, eu não nasci para ser uma seguidora do comum. Eu faço a diferença naquilo que a maior parte das pessoas julga errado, contudo, prefiro cair umas novecentas vezes que ficar oitocentas e noventa e nove vezes com vontade. Eu erro. Eu peco. Eu me deixo levar. Eu recomeço e caio mais uma vez. Talvez você ache desnecessário e até burrice insistir em determinados aspectos, mas eu não nasci para ficar de mal. Não consigo ficar por muito tempo evitando alguém que já conquistou seu espaço no meu coração, por isso, eu perdoo sempre. Eu peço desculpas até mesmo quando estou certa. Eu imploro perdão até mesmo quando não sou a errada. Pode parecer meio louco, meio fora da realidade, mas já voltei para o lado da 'cobra' - como muitos chamam - diversas vezes e sempre acreditando que desta vez seria diferente. Algumas foram, outras não.
O caso, meus amigos, é que viver desconfiado não é saudável, portanto eu prefiro quebrar a cabeça chorando, pois já inventaram remédio para dor, do que viver fugindo de tudo e de todos. Perdoar é uma das maneiras mais simples de ser feliz. Por isso, eu não creio pela metade, não vivo pela metade, não sou amiga pela metade.
Eu sou inteira, de um jeito às vezes até meio imaturo e inocente, mas prefiro ser assim, tola, que sem caráter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário