quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sempre perdoe as pessoas...


Quando eu ouvi essa frase, ela não foi precisamente dita desta forma, mas da seguinte maneira:
‘Eu sempre perdôo as pessoas’.
Ai eu pensei, será que sempre perdoamos?
Acho que muitas vezes não perdoamos nem a nós mesmos.
Cultivamos no pensamento o que aconteceu,
Há um dia, há uma semana, há tantos anos.
São olhares que deixam de brilhar,
Sorrisos que deixam de nascer.
São nossas crianças interiores que deixam de brincar.
Sempre há tanto a se dizer,
Mas tão pouco é o que queremos ouvir.
Não admitimos nossos erros,
Nem a repreensão que eles sofrem.
Somos bipolares,
Não sabemos como perdoar a nós mesmos,
Mas queremos o perdão e afirmamos perdoar.
Deixamos de nos amar para querer um outro alguém,
Até perceber que não se oferece nada que não se possui.
E a brisa do ressentimento passa pela memória quase que instantaneamente...
Então percebemos nossa aflição no que vemos no espelho...
Reflexos de solidão,
Nem a sombra parece ser companheira.
Nos isolamos na angústia.
Como podemos sempre perdoar,
Se não nos perdoamos?
Precisamos acreditar na verdade do nosso machucado coração,
Para que possamos ver a realidade com olhos,
Não cor-de-rosa,
Mas de uma maneira mais suave.

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