Curso de Direito da URCAMP realiza o
projeto “Bixo Legal”
Tenho novidades
para contar sobre o mundo universitário! Conhecido pela disciplina com que é
graduado, o curso de Direito da Universidade da Região da Campanha (URCAMP), em
Bagé, inovou neste semestre.
Como a maioria
deve saber, entrar na Universidade tem seus prós, mas antes é preciso passar
por um ‘castigo’ que não deixa de ser uma brincadeira de recepção aos calouros:
o Trote!
O trote, que
existe há anos, em muitos lugares foi sinônimo de maldade, o que vem gerando
grandes polêmicas e uma revolta na população. É por este motivo que as
coordenadorias dos cursos, em alguns casos, proíbem a sua realização.
Porém, depois de
muitos semestres sem praticar a brincadeira, o D.A.T.T. (Diretório Acadêmico
Tarcísio Taborda) implantou um trote ‘diferente’ para os bacharelandos em
Direito.
A ideia central
foi conscientizar e invocar o sentimento de solidariedade de cada um. Assim, a
proposta feita pelos “veteranos” aos “Bixos” foi a seguinte: Se conseguissem,
até o dia 07 de março, arrecadar 1.000 boas ações, estariam livres do trote.
O projeto foi
chamado de “Bixo Legal” e cada boa ação seria doação de sangue, um quilo de
alimento não perecível ou um pacote de fralda geriátrica.
Infelizmente, os
calouros do Direito diurno e noturno, juntos, não conseguiram alcançar o alto
número necessário de boas ações, porém valeu a tentativa. Foram arrecadados
mais de 100 kg de alimentos não perecíveis e uma das “bixos”, a aluna Bárbara
Rodrigues, foi premiada com uma disciplina gratuita para o próximo semestre,
por ter conseguido oito doadores de sangue.
Diferente do
trote da UNIPAMPA, que virou caso de polícia no último dia 16 de março (veja a
edição da última terça-feira, 20, página 14, do jornal FOLHA DO SUL), a
‘brincadeira’ imposta pelos “veteranos” do curso de Direito foi saudável. A
turma da manhã participou na terça, 13, e o noturno no dia posterior, quarta,
14. Segundo o Presidente do Diretório Acadêmico Tarcísio
Taborda-(DATT)-Curso de Direito/URCAMP, Luís Diego Soares de Oliveira, para que se
pudesse ter controle do rumo que a brincadeira tomaria, os alunos se
responsabilizaram. “Os veteranos que
aplicariam o trote assinaram um termo de responsabilidade, onde estavam cientes
de que não seria permitido usar tintas inadequadas, produtos com odor, ou
alimentos, já que o nosso trote visava arrecadar e não desperdiçar alimentos”,
conta Luís Diego.
Vale lembrar que
o trote era facultativo, isto é, não era obrigatório, e cerca de 50 “bixos” aceitaram
colaborar com a brincadeira.
Com a aplicação
do trote, os “bixos” arrecadaram dinheiro nas ruas que cercam a Universidade. “O dinheiro foi aplicado em uma
confraternização de boas vindas aos “bixos” e o restante será aplicado em
atividades desenvolvidas pelo D.A.T.T.”, conclui o presidente.
A iniciativa foi
excelente e serve de exemplo para os demais cursos e Universidades de Bagé e
Região. No meu curso, Comunicação Social, que realizou o trote no último dia 12
de março, o objetivo foi um pouco diferente, pois não tivemos a ideia
solidária. Contudo, a ‘brincadeira’ aconteceu da mesma forma: tinta guache,
cristas de galo cabeça (afinal o galo é o nosso mascote na Comunicação),
apresentações e danças no pátio da FACOS e por fim, a arrecadação de dinheiro
que também será revertida em festa para os “Bixos”, “Veteranos” e simpatizantes
do curso. O evento acontece na próxima sexta-feira, 23.
Eu, como
ex-“Bixo” e atual “Veterana” da habilitação em Jornalismo, posso afirmar que a
ação é positiva para ambos, pois promove a aproximação dos que entram com os
que já estão na Universidade.
A brutalidade e
a ignorância não levam a lugar algum. Pelo contrário, o destino destes cidadãos
e estudantes, geralmente, termina na página criminal dos jornais. Além de ‘sujar’
a imagem da brincadeira de recepção. No meu ano eu fui a favor do trote, e
creio que muitos novatos entrem no curso pensando no entrosamento com os seus
futuros colegas de profissão. Pois acreditem: O trote é o primeiro passo!
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