terça-feira, 4 de agosto de 2015

Ausência

Já tem tempo que eu não venho bem. São milhares de coisas e situações que me confundem e que fazem das horas, dias intermináveis de dor de cabeça e efeitos colaterais. Às vezes parece que eu estou entorpecida de algo que não conheço, e me desconheço quando olho o reflexo do que eu me tornei no espelho.
Eu não sei em que momento eu dei o passo desajeitado, mas eu sei que desde que sai de lá eu venho tropeçando e caindo em valas cada vez maiores. Nunca fui de me deixar abater, e ultimamente tudo que eu vejo é uma profunda tristeza que não sai do canto meu olhar.
Eu já não sei se é ausência de alguém, ou de mim mesma. Eu nunca consegui conviver apenas comigo. Sempre precisei fazer uma ligação para acompanhar meus passos pelas calçadas da cidade, ou de uma música para adentrar a rodovia que me ligaria a um futuro distante. Nunca consegui tomar um mate sem ter para quem passar a cuia, ou dirigir sem poder olhar para o lado. Eu nunca suportei qualquer coisa que me prendesse a ouvir apenas a minha voz, e talvez seja por isso que nunca tenha me acostumado com ela.

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