quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Paz, Marlise!

E se pudéssemos saber o que acontecerá em 10 minutos? Mas não é possível...
Vivemos uma vida corrida, cheia de responsabilidades e contratempos. Depois de algum tempo, vemos nossos amigos com menos frequência que o comum, até que já nem conseguimos nos lembrar quando foi o último mate.
Nos despedimos com mais rapidez e conversamos com poucas palavras, o dia-a-dia nos cobra o serviço, o estudo, as metas. E vamos deixando algumas coisas de lado... Coisas importantes e essenciais... mas que vão ficando.
Ah se pudéssemos saber quando é a hora de dar o último abraço, último beijo. A hora de não combinar mais nada para o futuro, para que essa dor não venha embalada de decepções.
E eu me pergunto: "Como assim?"
Como que tudo se perde tão fácil? A vida é uma película, pronta para ser exterminada a qualquer segundo. Um passo errado, um olhar que deixou de existir, e BUM, terminou.
Terminaram-se os sonhos, as metas. Não ficamos sabendo a nota da prova que tanto estudamos, nem poderemos fazer aquela que os estudos ultrapassaram até o gosto de curtir o feriado. Perde-se o que construiu, o que queria construir, e o que estava construindo. Acaba o ar, o coração para. E a vida se vai, como uma flor que murcha por um dia não ter recebido água. Como um pássaro que tem sua asa prejudicada, e impedido de voar, é pego pelo gato ágil. Terminam-se as lágrimas.
É no mínimo revoltante.
Essa angústia que se instalou no meu peito é uma gota apenas do sentimento dos amigos da Marlise Velleda, uma garota que por 5 dias não irá completar 23 anos. Uma flor que recém estava brotando, exalando perfume e despertando beleza pelas calçadas.
Eu só a conhecia de vista. Das redes sociais, das fotos de uma grande amiga nossa em comum, amiga esta  que sei que irá cultivar em seu peito aconchegante esse amor até seus últimos dias. Porém, mesmo que nunca tenha podido ouvir a sua voz, nem compartilhado do seu convívio, hoje me sinto abandonada. Abandonada por uma linda jovem. Sinto-me abandonada pelo falecer da juventude. Por não crer. Ou pelo menos não querer acreditar.
Com todo o meu respeito, e em compaixão à todos os seus amigos, eu te desejo: Vai em Paz Marlise.

Por mais triste que possa ser uma despedida, o que mais doi é a ausência dela... quantos não sabiam que seria a última vez? E quantos dariam a vida para que pudesse haver uma outra.

O destino é um caminho obscuro. Não se pode prever, nem dele fugir, basta aceitar. Ter fé é o melhor de todos os caminhos e a única luz para se enfrentar o destino. E por mais duro e injusto que ele possa parecer, tudo acontece por um motivo muito maior que a força humana. Aceitar é muito mais difícil do que se possa imaginar, mas é necessário, e no mínimo deve ser tentado. A dor é uma ferida que certamente deixa marcas... mas o tempo, assim como leva o que é bom, busca também o que é ruim.

A vida é tudo o que temos agora, nada mais que isso. Aproveite tudo e todos.

Isso é a única coisa que posso dizer, nada mais. Nada mais sei, nada mais tenho coragem de dizer.


2 comentários:

  1. com CERTEZA irei cultivar em meu peito esse amor até meus últimos dias. Obrigada pela força Amiga!

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  2. MUITO LINDO O TEXTO JÉSSICA. PENA QUE OS PAIS DA MARLISE TALVEZ NÃO LEIAM. QUE DEUS EM SUA BENEVOLÊNCIA, DÊ CONSOLO A ESTES PAIS QUE AGORA DEVEM ESTAR ESMAGADOS PELA DOR DA PERDA DE UMA FILHA. MUITA PAZ VERA E ARGEU. QUE O PLANO ESPIRITUAL DERRAME O BÁLSAMO DE AMOR EM SEUS CORAÇÕES. ESTAMOS ORANDO POR VOCÊS.

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