terça-feira, 12 de novembro de 2013

Final de Relacionamento, por uma mulher.

Primeiro a gente começa a chorar; o tremor bate, o arrependimento também. Se somos pouco orgulhosas, começamos a admitir frente ao espelho que erramos; se não somos, ligamos e fazemos o mesmo.
Os dias começam a passar um pouco mais rápido, e ao contrário de pensar 24h, a gente faz isso por apenas 24 minutos. Essa tensão é substituída por uma tarefa, por um sorriso com os amigos ou por uma lágrima que rola ao lembrar que alguém está passando frio na rua.
Conforme a ferida vai secando, a gente percebe que já não lembra na mesma intensidade; que querer voltar atrás é um erro e que o passado não volta, de jeito algum. Então começamos a crer que tudo melhora, senão pelo motivo A, pelo B.
As semanas correm e quando voltamos à olhar para aquilo que nos fez cair de joelhos olhando para a lua já não faz mais sentido; tu já está gargalhando com outras piadas e sente-se bem sem maquiagem tomando um mate isolada do mundo. O relógio correu e a gente já correu demais atrás daquele que partiu para outra galáxia por contra própria.
Então a gente abre os olhos e descobre que o mundo andou; e o vento carregou consigo toda a dor que um dia pousou em nosso coração. O que era uma busca diária já não existe há dias e isso te fez bem.
É só nesse momento que a gente descobre que tudo realmente acabou; que a rota mudou e que não há mais possibilidades. Não há uma segunda chance; um "nós". A gente não quer mais.
É que nós, mulheres, somos as flores mais lindas, mais perfumadas e mais vistosas que seu jardim, homens, pode ter. Porém, quando tu nos deixa, ainda resistimos ao sol, ao vento, ao tempo, esperando pela tua água, pela tua atenção. Mas se tu demora, são os nossos espinhos que, mais tarde, te farão chorar. E se tu fores forte o suficiente para conter, saiba que as pessoas podem não ver, mas teu coração sim. E, acredite, nós conseguimos.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Amor de Peão

O toque áspero pela maciez dos calos; dedos ainda com cor de terra e um rosto de vistas cansadas. O boné ainda está sob teu pensamento, e rio alcançou a bainha da tua calça.
Teu jeito de cansado, de homem estropiado, ainda revelam mais sobre os segredos trocados no lombo que galopou pelo pasto. E por mais rude que tenha sido a prosa, com os lábios na bomba do chimarrão, o beijo virou poesia.
Tua prenda te aguarda na casa, como quem zela pela luz da vela, ao som do violão nativista. Mal sabe ela, que a mão que plantou a soja, é a mesma que treme quando encontra a sua; Mal sabe ela que o sujeito que adestra o bicho, mal consegue consigo, acalentar o coração.
Mal sabe ela, seu peão, que o sol para fora tem outro horário; que o ar por lá tem outro cheiro, e que por mais que tu busque esquecer, é quando a lua encosta na montanha do campo, que teu coração volta a bater.
Pode ser, peão, que tu não saiba sobre literatura; que não tenhas palavras de ternura; ou que mal saiba o significado da rosa vermelha. Mas de pureza tu entende; e apesar dos pesares, aprendeu a ler no olhar da prenda, para dizer com um suspiro, que mesmo que todas as flores do mundo brotassem ao amanhecer, ainda assim, perderiam para o encanto do teu sorriso.
É que talvez, peão, ela ainda não tenho compreendido, que a alma que nasce para lidar com a planta, é a mesma que purifica a saudade, em um compasso meio perdido, de um sentimento meio desajeitado.
E acredite, prenda, é no amor desse peão, que mora a felicidade.

Brincando de Alice

As chances de dar certo eram praticamente as mesmas de dar errado. Cinquenta por cento para quem apostou e a outra metade para quem desejou azar.
Pode ser que a estrada estivesse um pouco limpa no início, mas sempre há um buraco aqui, ali ou acolá. Às vezes as curvas não estão sinalizadas; os atalhos levam para lugar algum; e o percurso seja alterado antes mesmo de definir o roteiro.
Porém, quem foi que disse que era seguro partir?! Que foi que falou que não era necessário arriscar?! É... talvez ainda estejamos provando o amargor da saudade; revirando uma caixa intocável de lembranças e buscando nos sonhos uma maneira de melhorar o futuro.
É... pode ser que estejamos vivendo mais de olhos fechados que deveríamos, visitando demais o faz de conta e crendo em uma fé que ninguém explica.
Porém, ainda assim, eu resolvi brincar de Alice, e nesse meu mundo sábio, onde passarinhos cantam Armandinho, eu optei por mudar a ótica. Afinal, o horizonte é meu e ele será da cor que eu quiser...
Na minha nova plataforma, vamos imaginar que tu foi viajar; tirou férias; está sem comunicação. E eu aqui, levando a vida e descobrindo o quanto é bom ser feliz, aguardo ansiosamente pelo dia que te verei voltar, com os braços no ar, gritando que o que te fez chegar, foi pelo doce prazer de me amar.

sábado, 2 de novembro de 2013

#Foco

Entre tudo aquilo que você ganha, muita coisa você perde. A vida é uma caixa de escolhas, de ritmos, de se envolver e cair de cabeça. Não dá para ir atrás das dificuldades, nem criar expectativas em sorrisos que aparecem no meio da noite.
Sempre fica um pouco de quero mais quando tudo está quase perfeito, e não há como deixar que lágrimas não corram quando algo se perde na curva, no compasso, no meio de um soluço.
Talvez ainda sejamos jovens, muito jovens. Talvez já não tenhamos mais o pique de ontem. Mas viver é criar essa magia louca, incessante, de que amar é uma das formas mais fieis de ser feliz. Pode ser que entre um tombo e outro nos deixemos mais desesperançosos. Porém, depois que aprendemos a lidar com uma palavra chamada 'sonho', descobrimos que ter 'foco' é o segredo!