O dia nasceu mais claro. Não sei se é o sol, ou é apenas o reflexo que enxerguei no espelho, logo quando acordei sorrindo.
Onde está aquele grito de liberdade que veio parar em minhas costas quando os pássaros fugiram do céu e viraram tatuagem? Cadê aquela mania boba de sentar atrás da porta e esperar pela próxima ideia mirabolante surgir, onde eu saia correndo, escorregava o arco íris, e mais tarde beijava a lua?
Por onde andam aquelas palavras sem sentido, com sabor de café, que me pediam para registrar um sentimento oculto - ou nem tanto. Talvez esteja lá pelo passado, em uma caixa perdida em meio às tristezas que já apaguei. Não sei.
Talvez o mundo só esteja girando. Escondendo a chuva dos dias de sol, como um beija flor.
Eu andei me perguntando sobre os porquês da vida. Às vezes uma lágrima meio boba e perdida escorria pela face, mas era só o sabor da saudade; uma lembrança que se desfaz aos poucos, dentro de um coração que teima em não dizer adeus.
Mas passa. Passou.
O que ficou? Alivio. Um desejo constante de viver um dia de cada vez. De sair correndo pela calçada e cair na grama molhada. De ir dormir às 5h para acordar às 8h. Ou não acordar; uma vontade de anular o final de semana com a cabeça no travesseiro. De me perder na esquina da cidade vizinha.
O que restou do sonho foi aquela mania de não deixar nada para trás. Mas a ansiedade ficou por lá, perdeu-se.
O caminho agora é leve.
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