segunda-feira, 18 de maio de 2015

Na ausência de uma canção

Não, não vai adiantar me ligar depois da terceira torre de chopp. Nunca fui o tipo de mulher que espera sentada - por qualquer que fosse o motivo. Talvez eu tenha perdido várias batalhas por nunca crer que teria a vitória na Guerra, mas ainda assim nunca perdi meus princípios, tampouco meus anseios eivados de desleixo - meu e seu.

Agora, honestamente, tanto faz. Perdi as contas de quantas vezes me encarei no espelho nas últimas semanas e não tem sido legal ver olheiras profundas em olhos que já não sabem mais como brilhar. É entediante voltar sempre às mesmas propostas e refazer os conceitos a cada semana. Eu cansei de ter de abrir mão de mim para voltar ao passado, quando em verdade eu só queria seguir.

Eu não vou compor uma canção tão boa quanto a sua, simplesmente por que eu não sei o que posso combinar com o A7+. E também por não definir se a rima chega ao final, ou se mudo o tom. Eu não vou fazer outra música por não afinar no refrão, mas por que eu cansei de dedilhar frases soltas.

Eu fui ao máximo; cheguei ao meu limite e desisti. Desisti de sempre desistir de tudo e terminar minhas noites com um nó na garganta e uma lágrima por entre a boca e o olhos olhos. Cansei de corromper minhas histórias e de desfazer minhas malas ainda cheias de ontem e só encontrar rancor no hoje. Cansei dessa saudade que nunca termina, mas que não deixamos que vire presente.

Eu não vou estar aqui quando a quarta-feira chegar, justamente por que eu não quero contar meus passos na calçada, enquanto desafio meu estômago a manter-se em pé por mais algumas horas. Eu cansei de ir além de mim; de destruir minhas promessas e de noites que terminam às 21 horas.

E se você que lê está prestes a perder alguém, quem sabe essa não seja a hora de parar de ler esse blog para desfazer a burrada. Pode ser que ela já esteja pendurando as chuteiras. As minhas já estão no armário. Perdi as chaves.

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