quarta-feira, 22 de abril de 2015

O que fica de mim

Chega uma hora na vida que a gente precisa dar um rumo pra ela. Que arrumar a própria agenda é mais importante que perguntar aos amigos qual é a balada da noite. Bem, aí tudo passa a ficar na sua zona de tranquilidade. Eu demorei para chegar nela.

Por muitas vezes eu me perdi em meu compasso. Desaprendi a abotoar as camisas e a amarrar os sapatos. Fui dependo de sorrisos alheios para continuar a piada, e de ligações intermináveis para que eu pudesse terminar a quadra. Meus passos deixaram de ser meus; foram nossos. Mas uma hora – depois de beirar a loucura, de arrancar os cabelos e de se sentir vazia – tudo começa a fazer sentido.

Já não tenho mais planos – nem para o sábado à noite. Quem sabe eu jogue banco imobiliário, ou invista no cobertor, filmes e a companhia do travesseiro, apenas. Honestamente? Não sei. Deixei as viagens para a semana de serem realizadas. Tranquei a agenda que ficava dentro da bolsa em uma gaveta do quarto.

Dizem que a maior de todas as loucuras é aquelas que vêm do amor. Pois bem, eu acredito que estavam certos. Mas talvez eu só não esteja mais louca por uma loucura. Quem sabe eu só precise praticar os exercícios de inglês que só pego na quarta-feira de manhã; ou os livros sobre a história da educação, que só encontro na sexta-feira.

Tiririca, no alto de sua figura cômica, disse ‘muitas vezes tentei fugir de mim, mas aonde eu ia, eu tava’. É... Eu estava lá. Quando corri do estado, encontrei meus problemas ao encarar o mar; quando deitei e fechei os olhos, catei meus medos em sonhos que me arrancaram a paz. E se é para eu estar comigo mesma até o final, que me encontrem aqueles que querem ficar, e não os que pedem para eu sair de mim, para ser o que precisam.


Por muitas vezes eu só queria te fazer sorrir. E aí acabou. 

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