Um certo fim...

De repente a gente percebe que os dias vão passando lentamente, mas que os anos transcorrem antes que pudéssemos perceber sua passada...

Vão ficando cicatrizes e sorrisos,

Marcas que o tempo não corroi,

Que a saudade não esquece...

Quando a gente percebe o verão já passou,

As festas são só um balanço na memória,

O perfume das flores resumem-se em cenas apagadas,

E os traços jovens transformaram-se em linhas marcantes na face...

Aquele aperto no fundo do peito arranca lágrimas que vão marcando seu caminho,

lágrimas que não retornam,

assim como o tempo.

É triste ter que admitir que nos prendemos aos padrões legais de uma vida correta,

E que de nada mais adiantará,

Se na próxima curva eu, ou você, quem sabe nós,

encontrar um carro desgovernado.

E que de nada mais adiantará,

Se no próximo fim de semana eu, ou você, quem sabe nós,

adoecermos por um motivo qualquer.

A gente deixará saudade,

A mesma saudade que tantos já deixaram em nós,

A mesma saudade de saber que o tempo passou e nem pediu perdão,

por ter nos deixado assim...

Sem consolo,

Sem esperanças de o ver voltar.

É triste ter que admitir que vivemos numa sociedade pecaminosa e julgadora,

sociedade hipócrita e preconceituosa,

Mal sabem eles, que no fim, não importa de que maneira,

todos terminam do mesmo jeito.

A diferença é como cada um consegue aproveitar o gosto maravilhoso que é viver.

É um desespero impotente,

Um caso sem solução,

Amar já não é o bastante,

Mas é melhor do que nada sentir,

Não ser correspondido pode ser triste,

Mas é melhor do que nada sentir...