Um dia eu li uma frase que a gente se apaixona pelo que imagina na pessoa, e não propriamente por quem ela é. E essa é uma verdade. Pelo menos uma das que pertence às minhas.
A gente tem mania de querer arrumar o lado de fora. De tirar a melhor parte do de dentro, e monta uma quadro belo, invejável e impossível de não querer de nós mesmos. Temos a burra ideia de que conseguiremos arcar por bastante tempo e, pior, a crença de que nos tornaremos eternos nessa imagem que faria a gente se apaixonar pelo espelho.
Mas os dias passam, e não são as máscaras que caem. São as consequências da intimidade que gritam mais que o bebê da vizinha. Fica complicado não mencionar que prefere estender a cama sozinha, a deixar o outro deixar o seu lado torto. Daquela despretensiosa suavidade do sair sozinho, passa a brotar o ciúme. Entenda que sempre fui assim, não era mentira. Eu apenas me apaixonei demais, e quando algo entra aqui dentro, já não tenho coragem de deixar sair. Sair de mim, da rotina, dos sonhos. A gente pode até brigar, afinal essa outra peça do quebra cabeça, apesar dos mundos opostos e dos defeitos às vezes contrários, é gente como a gente. Muda da primeira conversa para aquela última que ficou com um nó na garganta de adeus.
Os dias correm, o relógio parece parar - aquele mesmo que quando estávamos juntos nos enlouquecia por estar na velocidade da luz. Quando isso começa a acontecer, enlouquecemos mais ainda. Onde está o motivo de termos caído na rota final? Onde foram parar os caminhos conjuntos que nos levavam ao futuro? Por qual motivo agora me questiono de algo que antes tinha certeza?!
Teimamos em encarar mais o passado e por consequência perdemos aquela caminhada do presente. Nos pegamos tão dentro da saudade, que deixamos de enxergar aquela sede que tínhamos de solidão. Estar só já não significa mais nada. Não tem mais motivo algum para perder as lágrimas. Vamos na memória, na caixinha que ficou escondida em algum dos cantos da tristeza e nos vemos muito mais tristes pela angústia do perder. E nos perdemos. Perdemos a decisão e o medo de voltar atrás. Nos encontramos em meio às árvores de um lugar qualquer, buscando as palavras certas para jogar no seu momento de fraqueza.
Seria posse ou amor? Teria sido amor? Ainda é? Mas se eu te quero tanto hoje, como não vi isso ontem? As suas qualidades que vejo quando te encaro com outra pessoa do outro lado da calçada agora brincam com a minha lembrança. Isso já estava ali? Talvez não. Talvez eu só esteja apaixonada pela pessoa que eu criei com a teimosia de acreditar que do seu lado é o meu lugar. Esse choro descondensado de quando passamos a ver que já não existe mais nada além de um futuro de passos separados.
Será mesmo que sempre foi desse jeito? Prefiro adormecer a falta que sinto do teu olhar que não sabe mentir. Mas será mesmo que ele não sabe ou é o meu que só compreende o que quer ver?
Meu bem, acho que te pintei do jeito mais bonito. Fiz a sua semelhança em função desse aperto que restou. E aí eu compreendo que não te materializei aqui dentro. Hoje parece bem mais atraente do que aquele primeiro dia. Mais firme do que aquele primeiro beijo. Hoje me pego com as mãos coloridas de um ser que criei para abater a falta.
Todos somos quem sempre fomos. No primeiro ou no último encontro. A gente só precisava terminar de ler os créditos. Os créditos que rolam na última tela.
As luzes se apagam.
A fita termina.
A vida recomeça.
Sem você.
Mas os dias passam, e não são as máscaras que caem. São as consequências da intimidade que gritam mais que o bebê da vizinha. Fica complicado não mencionar que prefere estender a cama sozinha, a deixar o outro deixar o seu lado torto. Daquela despretensiosa suavidade do sair sozinho, passa a brotar o ciúme. Entenda que sempre fui assim, não era mentira. Eu apenas me apaixonei demais, e quando algo entra aqui dentro, já não tenho coragem de deixar sair. Sair de mim, da rotina, dos sonhos. A gente pode até brigar, afinal essa outra peça do quebra cabeça, apesar dos mundos opostos e dos defeitos às vezes contrários, é gente como a gente. Muda da primeira conversa para aquela última que ficou com um nó na garganta de adeus.
Os dias correm, o relógio parece parar - aquele mesmo que quando estávamos juntos nos enlouquecia por estar na velocidade da luz. Quando isso começa a acontecer, enlouquecemos mais ainda. Onde está o motivo de termos caído na rota final? Onde foram parar os caminhos conjuntos que nos levavam ao futuro? Por qual motivo agora me questiono de algo que antes tinha certeza?!
Teimamos em encarar mais o passado e por consequência perdemos aquela caminhada do presente. Nos pegamos tão dentro da saudade, que deixamos de enxergar aquela sede que tínhamos de solidão. Estar só já não significa mais nada. Não tem mais motivo algum para perder as lágrimas. Vamos na memória, na caixinha que ficou escondida em algum dos cantos da tristeza e nos vemos muito mais tristes pela angústia do perder. E nos perdemos. Perdemos a decisão e o medo de voltar atrás. Nos encontramos em meio às árvores de um lugar qualquer, buscando as palavras certas para jogar no seu momento de fraqueza.
Seria posse ou amor? Teria sido amor? Ainda é? Mas se eu te quero tanto hoje, como não vi isso ontem? As suas qualidades que vejo quando te encaro com outra pessoa do outro lado da calçada agora brincam com a minha lembrança. Isso já estava ali? Talvez não. Talvez eu só esteja apaixonada pela pessoa que eu criei com a teimosia de acreditar que do seu lado é o meu lugar. Esse choro descondensado de quando passamos a ver que já não existe mais nada além de um futuro de passos separados.
Será mesmo que sempre foi desse jeito? Prefiro adormecer a falta que sinto do teu olhar que não sabe mentir. Mas será mesmo que ele não sabe ou é o meu que só compreende o que quer ver?
Meu bem, acho que te pintei do jeito mais bonito. Fiz a sua semelhança em função desse aperto que restou. E aí eu compreendo que não te materializei aqui dentro. Hoje parece bem mais atraente do que aquele primeiro dia. Mais firme do que aquele primeiro beijo. Hoje me pego com as mãos coloridas de um ser que criei para abater a falta.
Todos somos quem sempre fomos. No primeiro ou no último encontro. A gente só precisava terminar de ler os créditos. Os créditos que rolam na última tela.
As luzes se apagam.
A fita termina.
A vida recomeça.
Sem você.
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