Ou as vezes que eu esquecia a cabeça encostada na porta do quarto, com as pernas encolhidas contra o peito, pensando em tudo que eu queria ser... e em tudo que eu poderia conseguir.
Já não sei quantas lágrimas eu deixei escapar, nem quantas vezes eu tentei mascarar o rosto inchado da tristeza.
E jogava o colchão no chão, ali ele me consolava mais do que na cama, até hoje não sei o motivo.
Eu procurei me esconder em óculos escuros, fones de ouvidos, calçadas sem sol...
Eu tentei me achar em fotos bonitas, em paisagens naturais, em perfumes suaves...
E por mais que eu hoje não saiba ao certo ainda quem sou, e o que serei... E embora já não seja mais a criança dos olhos esperançosos, eu continuo aqui, atirada na cama, abraçando a pelúcia do meu ursinho, buscando carinho quando eu penso estar sozinha, tentando calar a voz do que me assombra, fugindo do medo que mora nos cantos do quarto.
Eu ainda me flagro chorando por motivos que eu desconheço; falo sozinha ou com as minhas coisas; rezo sem ter um motivo muito específico; dou risada olhando para o nada; escrevo frases soltas e apago mais tarde. Eu verifico o celular diversas vezes para ver as chamadas, leio infinitas vezes as mesmas mensagens.
Eu ainda sou carente... carente de carinho, de atenção, de ouvidos... Mesmo tendo tudo isso, quando estou sozinha eu me sinto numa concha perdida em meio ao Oceano... Morro de medo da solidão, talvez ela seja uma das coisas que mais me assusta... E por mais que eu tente não ser assim, eu continuo sendo...
As lágrimas e os sorrisos teimam comigo, pois já possuem vida própria...
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