Ele era só um cara. Um cara como outro qualquer. Andava de carro, dava bote nas gatinhas, e chegava nas gurias lindas da festa. Ele fumava trinta cigarros por hora, às vezes bebia - mas quase nunca. Ele era só um cara que escutava funk e música nativista. Um torcedor fanático, um colega irritante. Ele chegava antes de todos, e ia embora quando já não tinha mais ninguém.
Ele era só um cara. Um cara que pegava na mão dela para dizer que o seu namoro ia durar pouco tempo. Ele agorava o relacionamento dela, ele brincava de ser tão chato. Ele era o motivo das discussões, o cara que não estava nem aí para a tua opinião. Ele era só um cara. Um cara com a beleza normal dos demais, com um cabelo bonito e um sorriso, temos que admitir, encantador. Ele era só o cara do sarcasmo, do deboche, do humor negro. O cara que te faria rir e chorar na mesma proporção.
Ele era só um cara. Um cara detestado por grande parte da população, mas que conquistou meia dúzia de corações, inclusive o dela. Foi aí que ele deixou de ser 'apenas um cara'.
Ela, por sua vez, era só uma garota. Uma garota como outra qualquer. Vestia calça jeans número 40 e logo ali usou 34. Ela vivia maquiada, fazia chapinha no cabelo e batom cor de vermelho. Ela era só uma garota, uma menina apaixonada, uma moça detalhada, uma mistura de medo e paixão. Ela era o não, o desejo, o pecado e a razão.
Ela era só uma garota. Uma garota que ele detestava, uma garota que ele queria, uma garota que o enlouquecia, só pelo fato de ela insistir em dizer não. Sim, ela era uma garota como outra qualquer, que usava salto número 13, alisava os cabelos e pintava as luzes de loiro. Ela era só uma garota que parecia patricinha, a menina enjoadinha, a dona da verdade.
Ela era só uma garota. A garota cdf da turma, a garota que não matava aula e não queria mais saber de festas alternativas. Ela não ia aos encontros da faculdade, não frequentava a casa dele, e nem queria saber o seu endereço - e ainda assim sabia.
O que ele não sabia dela, era que ela era apenas uma menina, uma garotinha medrosa, uma mulher apaixonada pelas conquistas. O que ele não sabia era que ela não era só um rostinho bonito, que ela tinha um coração melhor do que ele pensava, e foi aí que ela deixou de ser 'apenas uma garota'.
O que ela não sabia é que no fundo ela sempre teve razão. O que ele não sabia era que um dia ele finalmente iria conseguir conquistar seu coração. O que ela não sabia é que ele seria capaz. O que ele não sabia era que realmente um dia, justamente ela, ele iria machucar.
Amor e ódio são sentimentos opostos, mas como todo oposto, andam juntos. Amor e ódio é o fogo que esquenta e o gelo que alivia, é a paixão repentina, é o segredo que nem ele, muito menos ela, um dia iria admitir sentir.
Hoje, ele voltou a ser só um cara, pois ele fez ela voltar a ser só uma garota. Como outra qualquer.
ameeeeeeeeiiiiiiii!! viu, tu tem que ser escritora, já te disse isso... ahahahahahah lindona, teus textos são lindos demais!!! bjj da lu tua mimosa hauhau
ResponderExcluirADOOOOOREI , TU É UM MITO COM AS PALAVRAS, TE ADMIRO E ADMIRO MUITO O TEU TRABALHO. BEIJOS JENIFER FEIJÓ
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