sexta-feira, 28 de junho de 2013

O amor e ódio dele e dela.

Ele era só um cara. Um cara como outro qualquer. Andava de carro, dava bote nas gatinhas, e chegava nas gurias lindas da festa. Ele fumava trinta cigarros por hora, às vezes bebia - mas quase nunca. Ele era só um cara que escutava funk e música nativista. Um torcedor fanático, um colega irritante. Ele chegava antes de todos, e ia embora quando já não tinha mais ninguém.
Ele era só um cara. Um cara que pegava na mão dela para dizer que o seu namoro ia durar pouco tempo. Ele agorava o relacionamento dela, ele brincava de ser tão chato. Ele era o motivo das discussões, o cara que não estava nem aí para a tua opinião. Ele era só um cara. Um cara com a beleza normal dos demais, com um cabelo bonito e um sorriso, temos que admitir, encantador. Ele era só o cara do sarcasmo, do deboche, do humor negro. O cara que te faria rir e chorar na mesma proporção.
Ele era só um cara. Um cara detestado por grande parte da população, mas que conquistou meia dúzia de corações, inclusive o dela. Foi aí que ele deixou de ser 'apenas um cara'.
Ela, por sua vez, era só uma garota. Uma garota como outra qualquer. Vestia calça jeans número 40 e logo ali usou 34. Ela vivia maquiada, fazia chapinha no cabelo e batom cor de vermelho. Ela era só uma garota, uma menina apaixonada, uma moça detalhada, uma mistura de medo e paixão. Ela era o não, o desejo, o pecado e a razão.
Ela era só uma garota. Uma garota que ele detestava, uma garota que ele queria, uma garota que o enlouquecia, só pelo fato de ela insistir em dizer não. Sim, ela era uma garota como outra qualquer, que usava salto número 13, alisava os cabelos e pintava as luzes de loiro. Ela era só uma garota que parecia patricinha, a menina enjoadinha, a dona da verdade.
Ela era só uma garota. A garota cdf da turma, a garota que não matava aula e não queria mais saber de festas alternativas. Ela não ia aos encontros da faculdade, não frequentava a casa dele, e nem queria saber o seu endereço - e ainda assim sabia.
O que ele não sabia dela, era que ela era apenas uma menina, uma garotinha medrosa, uma mulher apaixonada pelas conquistas. O que ele não sabia era que ela não era só um rostinho bonito, que ela tinha um coração melhor do que ele pensava, e foi aí que ela deixou de ser 'apenas uma garota'.

O que ela não sabia é que no fundo ela sempre teve razão. O que ele não sabia era que um dia ele finalmente iria conseguir conquistar seu coração. O que ela não sabia é que ele seria capaz. O que ele não sabia era que realmente um dia, justamente ela, ele iria machucar.

Amor e ódio são sentimentos opostos, mas como todo oposto, andam juntos. Amor e ódio é o fogo que esquenta e o gelo que alivia, é a paixão repentina, é o segredo que nem ele, muito menos ela, um dia iria admitir sentir.

Hoje, ele voltou a ser só um cara, pois ele fez ela voltar a ser só uma garota. Como outra qualquer.

2 comentários:

  1. ameeeeeeeeiiiiiiii!! viu, tu tem que ser escritora, já te disse isso... ahahahahahah lindona, teus textos são lindos demais!!! bjj da lu tua mimosa hauhau

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  2. ADOOOOOREI , TU É UM MITO COM AS PALAVRAS, TE ADMIRO E ADMIRO MUITO O TEU TRABALHO. BEIJOS JENIFER FEIJÓ

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