segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A Tormenta de Peixes


Talvez eu esteja engada. Ou estive todo este tempo. Eu já nem sei dizer o quanto, nem as causas que me trouxeram até aqui. Eu diria que muitas. Quais? Este é o ponto difícil. A vida nos presenteia e mal sabemos como desfrutar destas belezas. São gritos de felicidade que comparecem ao nosso dia-a-dia, mas vão embora, antes mesmo que possamos pedir o contrário. E se por acaso eu já chorei, talvez eu hoje chore mais. Choro por detalhes tão pequenos, coisas que parecem um tanto insignificantes, mas que quando encontram os olhos, formam lágrimas que só param na face. Esse coração que por vezes acelera e em outras ocasiões arde, perde o compasso das horas e a essência da verdade. Já não sei, oh tempo, quais as tantas outras barreiras que vão surgir. Ei de saber que, neste caminho, muitas vezes ainda vou cair. Só que os joelhos que estão esfolados, são os que lhe perguntam agora: quando é que vou saber o rumo certo? Talvez eu não faça a menor ideia. Creio que realmente não saiba. E se parar o relógio para pensar, a vida é um grande circo. Cheio dos palhaços engraçados, mas também daqueles sem graça, que vivem uma eternidade e não conquistam um sorriso, simplesmente por não saberem que não é toda piada que é bacana. Respeitar vale mais a pena...
Talvez eu esteja assim, um tantinho perdida. Quase nada. Talvez eu tenha o direito de não saber o que eu quero. Eu estudo, concluo, trabalho, me ralo, e vivo das minhas certezas cabíveis ao cotidiano. Temo pelas dúvidas. Mas e daí? E daí se eu não souber? Se eu quiser ficar um pouco mais na cama, chegar uns 15 ou 45min atrasada?! Se eu resolver voltar da porta da sala de aula pra casa no dia de prova?! Eu nunca tive coragem de fazer isso. Eu sempre cobrei de mim mesma uma responsabilidade tão profunda, que eu esqueci de perceber, que durante muito tempo, eu era uma criança. Talvez hoje eu ainda continue sendo, em algum lugar aqui dentro de mim... Quem sabe até seja bem no meio do peito, ou na água quente e salgada que corre pelo rosto. Talvez eu ainda não tenha conseguido atingir os meus melhores objetivos, mas também não pude, apesar de parecer grosseira às vezes, ou na maior parte delas, esbravejar até expelir todo rancor, que por determinado motivo, se instalou dentro do meu pensamento.
   
  Às vezes eu canso de ser essa pisciana atormentada, apaixonada, melancólica e chorosa de sempre. Mas ainda assim, independente de todas as queixas relatadas aqui, tenho certeza, e isso eu posso afirmar, que a bondade que dá forças é o que me alimenta. E disso, disso não abro mão. Nem mesmo esta pequena Jéssica que mora dentro de mim, que morre de vontade de sair voando, e depois descer ao mar, feito peixinho.

Um comentário:

  1. muito muito muito bom!
    Eu acho que te entendo um pouco, mas olha amiga, eu já me permiti faz tempo. Mas é um risco que se corre, pois a mente e o corpo viciam-se na deliciosa sensação de não seguir o que está pré-determinado! haha

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