quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Silenciar

Não se assuste com as minhas lágrimas, com o meu lamento, ou com a minha satisfação ao pedir desculpa.
Não se assuste com a minha mania de voltar aos fatos, de ter memória de elefante, ou de registrar cada segundo em um caixa forte.
Não se assuste com a minha ironia engraçada, com as minhas piadas, e muito menos com a minha cara de brava.
Não se assuste com as minhas mil fases, com um bom dia que envio mais tarde, ou com uma ligação que fiz mais cedo.
Não se assuste com os meus reparos, com os meus regalos, ou com a minha falta de comportamento.
Não se assuste se eu disser que gosto, se eu sentir saudades, ou se eu gritar que quero te ver.
Não se assuste com as minhas ameaças, nem com as minhas gargalhadas nervosas, muito menos com o jeito que o meu semblante se fecha.
Não se assuste com com o meu desespero, com os meus sonhos, ou com a meu medo de realizá-los.


Comece a se assustar quando eu trocar tudo isso pelo meu silêncio.

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