Tem gente que entra sem querer. Que esbarra pela calçada de uma estrada chamada vida. Que chega de mansinho, que vai ocupando o seu espaço. Danados, quando percebemos, já temos na nossa sala do nosso coração um ser sentado com os pés para cima, ainda por cima, pedindo café (ou chimarrão).
E entre um amargo e outro, entre um sorriso que cresce conforme a intensidade da prosa, a gente percebe que aquele que mal entrou, já não quer mais sair.
O dia corre, a noite encosta através da lua que bate na janela, e aquele que era só um estranho se flagra encarando o teu olhar. Já não são olhos distantes, já não temos mais medo.
Ele chegou faz pouco tempo. Se fosse fruta, ainda nem estava madura. Mas quem é que entende essa máquina humana? Quem é que já conseguiu identificar onde está o controle remoto dos sentimentos?!
Eu apenas coloquei no piloto automático...
E aí, aquela pessoa que passava, que esbarrava, que caia de boca no teu conceito, ficou. Ou melhor, tu te encontra completamente perdida naqueles olhos de cor mel, sorrindo feito boba para lábios que ainda não conhecia o sabor.
Foi pela amizade, ou pelo desconhecido, que aprendeu a confiar naquele que mal sabia que há muito já estava ali, rondando teu coração, como quem zela incansavelmente.
É que tem gente que chega assim, sem bater na porta, e toma conta. Que bom! Pode ficar, não precisa levantar. Aguarda um minuto que vou chavear a porta.
As chaves? Perdi! Esqueci onde coloquei. Afinal, quem é que precisa do que tem lá fora, se já encontrou tudo que procurava aqui dentro...
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