Porque sempre me faltou um meio termo. Aquelas curvas desnecessárias no meio do caminho, onde eu precisava diminuir a velocidade. Eis que nelas entrei como se andasse em linha reta, com medo, confesso. Não que eu seja uma boa condutora, mas é que nunca aprendi a ser metade de nada que me causa emoção. Eu sempre fui tensa, intensa, em busca de uma recompensa chamada felicidade.
Não é tarde para abrir os lábios e sorrir. Tampouco eu usei de menos fé quando precisei chorar. Meu coração acelera e desacelera no mesmo compasso. Pesos e medidas de um oito ou oitenta indecisos e constantes. A vontade de pisar mais fundo nem sempre acompanha as regras que mandam cuidar as placas gritando cuidado. Talvez essa teimosia faça parte de um dicionário onde não existe significado para desistência.
E por mais que por determinadas vezes eu tenha batido com a cara na porta (ou com a porta na cara), eu sempre acabo no ponto de partida, e confundo as chegadas. Vai ver é porque nunca sei quando uma história termina, por já ter começado outro livro. Eu gosto de estar sempre sentindo algo. Paredes brancas só me encantam se eu tiver penduricalhos para decorar.
E nessa magia, o que mais me fascina é conseguir reconstruir a cada manhã, sentimentos perdidos depois que a lua é coberta pelas nuvens carregadas de chuva. Porque o importante não são as rótulas, mas o redescobrir caminhos.
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