Eu quero desligar o celular, esquecer as redes sociais. Não quero que ninguém me espere; também não pretendo estar à espera.
Quero só o cheiro de flores, quero me despir de amores, quero sonhar com o diploma e com roupas que ainda não comprei.
Quero banho de chuva sem me importar o cabelo. Quero sair de cara limpa; correr na rua de tênis.
Eu quero acordar de madrugada para ouvir house. Dirigir para qualquer lugar. Quero não ter o que procurar. Quero não ser encontrada.
Eu quero rir incansavelmente de todas as piadas. Quero tirar 10,0 no artigo científico e ir dormir cedo aos sábados.
Eu quero descobrir a esperança no chorinho de bebê, quero me encantar pela produção impecável do filme, e não por me identificar com a trama romântica e triste.
Sim, meu bem, eu quero praticar a lei do desapego. Quero ser de ninguém, mas também não quero a responsabilidade de ter alguém para chamar de meu.
Eu só quero paz! Quero sossego, quero saber o que é não estar apaixonada, pelo menos uma vez.
Quero provar esse gosto vazio, quero respirar sem pensar no amanhã. Eu quero esquecer o passado, afogar a saudade.
Eu quero ser só minha. Eu preciso, depois de 21 anos, de mim.
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