Sim, eu gostaria tanto de ser diferente. De aprender com os tombos. De mudar um pouquinho após cada decepção. Queria parar de olhar para o passado e imaginar o futuro. Encarar o presente. Usar a inteligência.
Talvez a gente fique tentando descobrir verdades nas mentiras. Apostando em promessas que nunca existiram. Vivendo sozinhos aquilo que deveria ser a dois.
O tempo vai passando, o gosto vai mudando, mas as consequências vão se repetindo.
Quantas vezes eu já quis desistir, deixar de lado aquilo que me assusta, prender o destino na fé e simplesmente deixar rolar. Mas aí vem a saudade - sua bandida - e aperta o coração, sufoca a garganta e faz a razão dar um passeio para bem longe, te deixando completamente desprotegida. Sim, aí a gente erra. A gente peca. A gente volta a cometer as atrocidades que apontamos na lista do "não fazer nunca mais".
A gente chora, se escabela, tropeça, soluça e até bebe, na tentativa insana de curar uma ferida que não remete culpados, que não julga inimigos. Uma dor latente que se sustenta pela própria essência de ser desconfortavelmente estúpida.
Talvez eu devesse ter ficado mais desconfiada. Quem sabe, cética. Mas ainda assim, algo aqui dentro grita, lateja, acelera os batimentos, faz o sangue subir e pronto, lá se foram todas as promessas de inquietude.
Eu to me sentindo num escuro sem vela, sem esqueiro, sem fósforo, sem luz solar, sem energia. Eu estou me sentindo no buraco mais apertado de todos, no poço quilométrico, na estrada sem saída. Eu me sufoco em cada tentativa de sair daqui, perco as forças e logo mais já perdi as esperanças.
Eu queria tanto descobrir onde foi que eu errei. Onde eu deixei as falhas entrarem e tomarem as rédeas da situação. Queria tanto detectar os problemas para saná-los de uma só vez. Mas enquanto isso não acontece, eu fico aqui, descobrindo a cada noite, o quão burra eu posso ser. Sim, eu falo de burrice, pois uma coisa é não saber o que fazer, outra, é fazer completamente o contrário do que manda o manual de instruções.
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