quarta-feira, 10 de julho de 2013

Papo adulto

Há coisas que simplesmente não têm explicação. Por mais que eu tente, que eu vasculhe e que eu arrombe o coração, existem sentimentos que ficam ali, empedrados, sugando toda e qualquer esperança que pousa ao lado do travesseiro. Às vezes eu tento enxota-la com o sol, dentre outras, faço com que ela se apaixone pela lua, mas ainda assim, quando a noite cai, ali está ela, me esperando, pronta para criar um mar de expectativas.
Mas afinal, quem é que entende de amor? Os escritores? Os amantes? Os autores? Os músicos? Não, meu bem, esta é uma droga entorpecente que ninguém compreende. Um fruto proibido, um pedaço de tecido que remenda os outros sentimentos.
Talvez nós estejamos esperando pelo inesperado. Querendo ver o the and em uma sala de cinema que já ficou vazia. 
Eu compreendi a diferença entre eu e você. Entre o que nos separa. Eu limpei o retrovisor e enxerguei o passado. Você estava ali o tempo todo, sentado, me esperando e eu aqui, fugindo para o futuro incerto.

Eu encontrei você no caminho, sem querer. E te deixei ficar. Eu não sabia que a brincadeira poderia - de uma hora para outra - virar papo de adulto. Mas quem é que consegue prever.
Eu só sei que quando é pra acontecer, simplesmente acontece.

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