segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Essa tal honestidade

Nunca tive a intenção de conquistar multidões; nem que essa multidão fosse apenas um jeito exagerado de dizer que eram cinco pessoas. Não era parte dos meus planos escrever um diário de erros e acertos, nem contabilizar aquilo que fiz de bom, para abater no que resultou algo não tão positivo assim.
Nem toda lágrima que eu disse ser de alegria realmente era, assim como muito sorriso foi um esboço massante de um coração apertado. Mas, de um jeito ou de outro, sempre economizei em adesivos. O que eu penso, ou sentia, sempre esteve tão claro, que por si só já representava sua semelhança em minha testa; ou no olhar.
Não é fácil ser correta, por que de um jeito ou de outro, vão te apontar uma espada; alguns para te chamar à luta, outros apenas para te tirar o sono.
Para falar bem a verdade, ninguém é totalmente bom ou mau. Somos feitos dessa coisa chamada ego. A gente quer ser melhor; pra gente ou para os outros, mas quer. A gente deseja aquilo que não tem - e não me venha com o só tenho o que poderia ter e sou feliz. Não somos. Sempre há uma bolsa mais elegante; um celular de geração melhor. Há sempre uma visão que ultrapassa o horizonte e que nos prende, nos enfeitiça para que esperemos uma maneira de agir.
Nem tudo sai como planejamos; nem todo erro foi pensado. Nem todo acerto foi por querer.
Há sempre um pouco de dúvida, mesmo que a prova real esteja à sua frente. Mas nesse jogo desregrado, ganha quem tem sede de vencer, e nesse tabuleiro, poucos se importam com uma tal palavrinha que se chama verdade.
Mentir às vezes é a única saída. Há diversos tipos delas. Mas, de contraponto, todo mundo já mentiu. Ou para se sair bem, ou para defender alguém, ou para simplesmente ficar sem: sem um mínimo de consciência tranquila.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Meu discurso de Formatura 30/08/14

Compartilho com vocês o discurso que fiz para a minha formatura no dia 30 de agosto de 2014, homenageando o meu curso de Jornalismo, mas também os formandos de Biologia, Educação Física e Pedagogia.


Boa noite, cumprimento a magnífica Reitora, Professora Lia Maria Herzer Quintana, cumprimentando também nossos convidados, empresa responsável por nossa colação e, claro, formandos do Centro de Ciências de Educação, Comunicação e Artes.
Falar por si pode ser algo razoavelmente fácil; por dois já deixa de ser simples; mas por quatro cursos é uma tarefa que ultrapassa os limites da responsabilidade. Aqui deixamos de lado todo e qualquer requisito de formalidade. Expressamos linhas de um raciocínio que vem do coração. Não tenho a pretensão de fazer o melhor discurso; nem de citar o Código de Ética de Ciências Biológicas, Comunicação Social, Educação Física e Pedagogia; hoje eu só quero cumprir aquilo que eu prometi  para pessoas que eu nem conhecia, quando me sentei com e disse que queria ser porta voz, para tentar ser o que cada um precisava dizer.
Para ser honesta, quero fugir do clichê. Só que eu encontro quatro caminhos e é preciso citá-los. Mais do que tentar exercer o que o Jornalismo me ensinou, eu precisava estar ao nível de Pedagogos; empolgada como os Educadores Físicos e amável como os Biólogos. Mas a inspiração é como o amor; ela está o tempo inteiro dentro da gente, porém, não é assim – do nada – que conseguimos fazê-la presente.

Eu sei que para os formandos da Pedagogia, desistir não é uma palavra que está em pauta. Eles têm o dom da paciência, da persistência. Eles possuem a ferramenta mais pura que qualquer um de nós aqui gostaria de ter: o de saber ensinar. Entraram estudantes e saem hoje professores da vida, onde a metodologia não é definida por artigos, mas advém de almas que admitem que para cada quadro branco, há sempre um momento de transmitir, e outro de conhecer.

E por falar em conhecimento, eles são os responsáveis por estudar nosso bem mais puro, defender o que nosso campo de visão enxerga de forma leiga. Enquanto muitos de nós atiramos o lixo pela janela do carro, eles tentam salvar o pulmão do mundo; E quando esquecemos dos animais, eles estão prontos para salvar todas as espécies de bichinhos, sabendo da dedicação que um ser vivo necessita. Eles têm vocação para amar. Estes são os formandos de Ciências Biológicas, que há muito tempo vinham sonhando com esse dia.

É... eu disse sonho. O mesmo sonho que nos empolgou durante os jogos da Copa do Mundo. Que fez com que nos reuníssemos entre amigos e familiares, em busca de uma vitória, onde o compasso dos batimentos cardíacos era impulsionado pela bola que estourava na rede. Mas, não me atrevo a falar mais do que apenas como uma torcedora, tendo em vista que hoje estou frente aos novos Educadores Físicos, ex-acadêmicos que partilharam das salas de aula, e das quadras do Corujão, para exercer em prol da saúde, além de estarem aptos para debater sobre qualquer esporte.

Mas, ao mesmo tempo que estou aqui, nervosa e ansiosa, olho para meu colega que está lá, sozinho, representando a nossa turma – que na verdade é uma dupla – de formandos em Jornalismo. Nós que aprendemos a ouvir, a entender e a tentar transmitir para o grande público; nós que tivemos de assumir o papel daquele que é os olhos e os ouvidos da plateia que não pode chegar à sala destinada à imprensa; hoje estamos aqui, fazendo um grande esforço de falar não apenas por nós, mas pelo Centro de Ciências de Educação, Comunicação e Artes.

Tenho de admitir que achei que essa seria uma tarefa fácil. Que redigir um discurso me daria a oportunidade de tentar ser, em palavras, as frases que o coração dos formamos precisava formular. Mas eu descobri que, ao contrário das últimas provas do curso para concluir o semestre, esse seria o grande exame da minha vida: Falar por nós.

Não é fácil subir e estar à frente de um microfone que invade o coração de cada um de vocês que está sentado aqui. Não é fácil ser a voz dos filhos de tantos pais que abriram mão dos próprios desejos para realizar o maior sonho de ver que sua criança cresceu, e que hoje faz parte do universo que os classifica como graduados. Assim como é complicado não mencionar o nome de cada um dos professores, pois alguns eu cumprimentei pelo corredor; outros eu conheço o rosto apenas hoje.

Sei da importância de cada um que está aqui. Sei que o orgulho talvez devesse ser o título da minha narrativa, mas ainda assim, eu só sei que nada sei, como disse Sócrates.

E de tudo que eu pude pensar na hora de vir até aqui e os representar, queridos formandos, o mais forte dos sentimentos foi refletir sobre o quanto nossos laços se estreitaram, na medida em que nem nos conhecíamos. Passamos a ser personagens principais, nessa historia que escrevemos juntos. Hoje, mais que partilhar do mesmo salão, do mesmo baile, do mesmo dia de fotografias, das mesmas reuniões. Mais do que esperar pela mesma data, nós nos tornamos uma grande família, que como todas as demais, possui uma série de diversidades; de discórdias, mas que, ao mesmo tempo, tem o mesmo objetivo: ser feliz. De preferência, juntos. Uma família que começou para alguns ao final do ano passado; e para mim, em março desse ano. Uma família que gritou na hora que perdeu a paciência, e que lamentou, como todos os demais, ver seus planos sendo modificados de última hora. Que correu, que sorriu, que postou uma foto da turma no Facebook, e que também compartilhou aquela em que as faixas eram coloridas, em cursos que se misturavam por afinidades, laços traçados por nós.

Eu vim aqui hoje para dizer que eu não estou me formando no curso de Jornalismo, apenas. Eu vim para agradecer também aos formandos de Biologia, de Educação Física e de Pedagogia, pela oportunidade de poder tornar público o orgulho que tenho de cada um de vocês. Para que eu pudesse manifestar que afeto não se compra; que carisma não se vende; e que toda sinceridade possui uma base.

Eu vim para provar para vocês, meus colegas, que não importa quantas vezes nós precisemos voltar aos fatos e debater, desistir nunca deve estar na lista de oportunidades. Por mais que a brincadeira não tenha graça; que os compromissos não sejam cumpridos de última hora, é preciso respirar fundo e contar até o número ser vencido pelo fôlego. Por que nós somos adultos. E nós sempre encontraremos um joelho para curar; por que por mais que a bicicleta não tenha mais as rodinhas – por termos conquistado o equilíbrio –  barreiras fazem parte de uma trilha desconhecida, e essa, meus amigos, é a vida.

Por mais que a gente queira que tudo seja absolutamente do nosso jeito, existe um cara lá em cima que nos guia e nos dá coragem de acender aquela vela que nem lembrávamos que estava na gaveta; um cara que nos ensinou que não importa o tamanho da escuridão; sempre haverá uma pequena chama, e que toda luz vence a negritude de um céu sem esperanças.

E ainda assim, para aqueles que não acreditam, eis a sua imagem e semelhança naqueles que residem conosco, ou que estão na casa que mais gostamos de visitar, ou que já tiveram de partir. Nossos pais serão nossos pais para sempre. Eles vão ser sempre a base, o colo mais seguro, mesmo que o cheiro já esteja apenas na lembrança.

E quando a rebeldia tomar conta dos nossos nervos, lembrem-se que haverá sempre um amigo do peito. Um irmão que encontramos na rota, seja de sangue, ou de destino. Lembrem-se que primos, tios, avós, padrinhos, afilhados, que família é família, mesmo que a gente já não tenha mais a chance de encontra-los. E essas pessoas são os pontos de uma costura que não permite arremate. Se cortarmos um só deles, o tecido se desfaz.

E tudo isso que eu digo hoje para vocês, é para chegar onde eu tanto queria: Esses são os nossos alicerces. Somente seremos profissionais, o dia que formos seres humanos. Somente teremos habilidade de lidar com os outros, quando estivermos cientes de que não se deve esquecer de onde veio, para que se possa chegar onde deseja. Somente seremos parte de uma legião de jornalistas, educadores, pedagogos e biólogos, se antes de qualquer título houver um sobrenome. Mas eu não falo em nomes, com o perdão de redundância, renomados. Eu falo em sobrenomes da carteira de identidade, que fazem de nós os responsáveis pela própria vida, e pela vida dos que nos cercam.

Hoje nos despedimos de uma fase que um dia pensaremos que foi custosa e rápida. Hoje fechamos a porta de um passado que é tão presente, que ainda possui cheiro de tinta fresca. Mas todo adeus oferece também uma frase de boas vindas. E é isso que lhes deixo como maior presente: O meu parabéns para cada um de nós; sejamos corpo de formandos, de professores, de funcionários ou de convidados. O meu parabéns por temos tido a oportunidade, e ter sabido o que fazer com ela.

Só transforma o bruto em arte, quem tem a sensibilidade de ver com os olhos da alma, de sentir com o toque do coração, e de julgar com a consciência.

Que quando sairmos daqui para nos reunir com nossos convidados, possamos sentir o orgulho de dever cumprido. E que esse dia jamais seja esquecido, nem por nós; nem por quem nos ama, pois somente o amor é a chave mestra dessa caixa magnífica chamada vida.


Boa noite.

terça-feira, 17 de junho de 2014


Sabotagem

É como entrar na guerra querendo perder. Apontar a arma para os próprios pés e apertar o gatilho, como quem mira no inimigo. De repente, depois de tantos tombos, passamos a acreditar que, se algo está dando certo, é por que algo de errado tem.
Viramos vítimas de nosso próprio desatino. Vai ver estamos tão cansados, que sentar e esperar o tempo passar seja a alternativa mais inteligente (sim, já estamos burros de tristeza). Aí, quando tudo pode começar a dar certo, criamos empecilhos, barreiras, buracos, rótulas, rótulos e mais um milhão de maneiras de sair fora.
O coração já não sabe mais ter sossego. Se a gente começa a sorrir, logo aponta, no cantinho da alma, o medo para apagar a ruga da covinha, e transforma-la em preocupação no meio da testa.

Por mais de ti

Por mais dias perto de ti. Por mais dias com teu beijo. Por mais dias com teu abraço. Por mais dias onde teu sorriso me completa e onde teus braços são a continuação do meu corpo. Por mais dias onde tua voz me entorpece e me aquece. Por mais dias onde a saudade seja combustível, e a ausência uma falha irreparável da angústia. Por mais dias onde a fé se apresenta também em teu nome, e nas lembranças que cultuam nossos dias perto dEle. Por mais dias onde minhas verdades passam a ter sentido depois que as divido contigo, e que meus dias só terminam depois do teu boa noite. Por mais dias como os nossos dias, cheios de alegria e de lágrimas que por vezes rolam de uma emoção chamada felicidade. Por mais dias onde o reconhecimento seja verdadeiro, advindo de um companheirismo jamais visto. Cheio de perfume, sobretudo, de cheiro. Por mais dias de ti, de mim, de nós. POr mais treze, por mais luas, por mais noites que adentram a madrugada e afogam o berço da sanidade, só para que o relógio pare no meio do beijo e que segundos transformem-se em horas lentas e desavisadas para quem nasceu para ser feliz. Por mais dias assim, cheios de carinho que encosta com o olhar e que afaga com as batidas do coração, levados por dedos gelados do frio e trêmulos de paixão. Por mais dias. Por mais meses. Por mais anos. Por mais vidas. Por mais nós.

Recomeçar

Na vida, vamos encontrar mil e uma maneiras de recomeçar. Sei que às vezes dá vontade de voltar ao início e reiniciar o jogo, mas aí a gente lembra que é impossível começar do zero. Que não há chances de deletar o passado; tampouco as noites que perdemos o sono para refazer expectativas de sonhos já despedaçados.
É como dedilhar no papel branco, palavras que não encontram sentido (nem forma). Uma saudade do que não existiu e um arrependimento do que não aconteceu. É o misto entre angustia e perda de tempo. Um monopólio da consciência que por vezes grita amém, noutras, socorro.
Sei lá. Acho que fui capaz de me doar tanto por uns, que faltou energia pra fazer por outros. Tem gente que dá tristeza de ter doado sorrisos tortos, enquanto deixei de mostrar o semblante faceiro para quem realmente merecia.
E nesse jogo sem regras (e ao mesmo tempo cheio delas), me pego descontente por ter me decepcionado com quem parecia ser útil. Aí a gente percebe que útil éramos nós, quando precisados.
Há! Mas não te abala, coração.
Há tanto mar à mergulhar. Tanta chuva para beber e tanta poeria para baixar, que nem vale a pena perder as estribeiras da alma por um descontentamento nada contente, que deixa o amargo na ponta da língua, rastejando sua inutilidade até a porta do pensamento.
E se a saudade falasse, bem que ela usaria de uns belos palavrões, só para desesperadamente dizer que muito disse, para quem nem ouvidos deu.
Aaaaah, santa sanidade que me coloca de novo no lugar. E que me mata de orgulho (e que me tira desse orgulho). E que tanto me joga ao chão (e me levanta, de novo).
É que esse mundo anda sujo mesmo. Anda com pedregulhos e mais um quê de não sei o que. Uma confusão que já não se discute e um gritedo desesperançoso.
Por mais honestidade. Por menos vou-te-precisar-e-te-deixar-depois.
E para quem chegou até aqui (a minoria dos que leram), eis que não me encontro enamorada pela pessoa errada (gracias, Dios). Eu falo mesmo é de amizade (ou melhor, da ausência dela). Do amigo que fica de procurar e esquece. Não do telefonema, mas de aparecer na lancheria no dia chuvoso para te dar parabéns pelos dois patinhos na lagoa. Ou daquele que tanto diz ter saudade, mas que mesmo sabendo teu endereço (e teus horários), não aparece. Aqueles que sabem teu número decoradíssimo quando o favor pinta na ponta da mente, mas que esquecem o celular, ou perdem a bateria. Eu me refiro às milhares de pessoas que te ressuscitam em períodos festivos, mas que não ousam apertar na opção curtir quando observam a tua conquista (nem na rede social).
Ééééé... é desses que o mundo tá cheio. Cheio de ratinhos de experimentos. Aqueles que tu faz o teste, e que roda umas mil vezes (porque tu segue tentando aprovar o que já nasceu com teste zero).
Felizes os que têm o coração limpo. Os que não se identificam. Os que dormem tranquilos.
Sabe, ao final desse monólogo, creio que me resta apenas o de sempre: Muitas letras, tantos pensamentos, e uma única verdade: quanto mais eu conheço os seres humanos, mais eu me pergunto o porquê dos cachorros não falarem (tem gente que não merece os sentidos vitais).
Há dias que essa inquietação faz mais barulho do que a necessidade de sair do silêncio. A alma cala, o coração aperta, e os lábios respiram uma verdade que não se desperta.
Há dias que a chuva bate na janela, mas que o vento não alcança o sopro da ansiedade. O medo que fala por si. A resposta que não satisfaz nenhuma pergunta.
Há dias que o frio bate. Que o calor congela. Que não há o que dizer. Se fechar os olhos, cai.
Quando só tiver escuridão, acenda uma vela. Nenhum escuro é grande o suficiente para combater o poder de uma pequena luz.
Eu não passei a borracha; arranquei as folhas. E se eu olhar para trás, elas não estão mais lá. Vai ver é por isso que não há do que lembrar, nem saudade dá.

Meio termo

Porque sempre me faltou um meio termo. Aquelas curvas desnecessárias no meio do caminho, onde eu precisava diminuir a velocidade. Eis que nelas entrei como se andasse em linha reta, com medo, confesso. Não que eu seja uma boa condutora, mas é que nunca aprendi a ser metade de nada que me causa emoção. Eu sempre fui tensa, intensa, em busca de uma recompensa chamada felicidade.
Não é tarde para abrir os lábios e sorrir. Tampouco eu usei de menos fé quando precisei chorar. Meu coração acelera e desacelera no mesmo compasso. Pesos e medidas de um oito ou oitenta indecisos e constantes. A vontade de pisar mais fundo nem sempre acompanha as regras que mandam cuidar as placas gritando cuidado. Talvez essa teimosia faça parte de um dicionário onde não existe significado para desistência.
E por mais que por determinadas vezes eu tenha batido com a cara na porta (ou com a porta na cara), eu sempre acabo no ponto de partida, e confundo as chegadas. Vai ver é porque nunca sei quando uma história termina, por já ter começado outro livro. Eu gosto de estar sempre sentindo algo. Paredes brancas só me encantam se eu tiver penduricalhos para decorar.
E nessa magia, o que mais me fascina é conseguir reconstruir a cada manhã, sentimentos perdidos depois que a lua é coberta pelas nuvens carregadas de chuva. Porque o importante não são as rótulas, mas o redescobrir caminhos.
Não deixe que pequenas coisas abalem grandes sentimentos...

Tempestades de verão não invadem corações já ocupados.
Quando bater em um que já tem gente, dê adeus e se vá. A despedida na chegada dói menos do que depois do terceiro cafezinho.

Original publicado na página do Facebook, em 21/04/2014.
É que quando a gente começa a acreditar na escuridão, Deus sempre nos dá uma vela. Tá na gente aprender a acender.

Original publicado na página do Facebook, em 14/04/2014.


Original publicado na página do Facebook, em 14/04/2014.

Calça jeans

Às vezes dá vontade de vestir o jeans rasgado e jogar aquela camiseta cortada meio torta na gola, deixando aparecer os passarinhos que me marcam a linha superior das costas; de calçar o all star da Coca-Cola e deixar o rabo de cavalo mais para o lado, assim como a bolsa que atravessa o corpo com uma dúzia de bugigangas.
Às vezes subo no salto, fino, de bico, perfeitamente casado com a flare, que está revestida de uma camisa alinhada, e cabelos escorridos. Um pingente que reluz abaixo no queixo e os olhos bem marcados de preto e rímel. Até o tac tac do salto me faz sorrir.
Mas, a boca sempre é rosa, mesmo que às vezes me deixe vencer pelo encarnado. É que essa alma de menina que reflete no espelho nunca sai de cena. Nem quando o calendário aponta 16 de março.
Entre versos e poesias, a composição do meu humor se desfaz dos conselhos do sol ou do cinza. Acho que é normal essa bipolaridade. Pelo menos essa deveria ser.
Afinal, que mulher não é?!


Original publicado na página do Facebook, em 08/03/2014.

8 de maio

Mulher, mulheres, elas!
Parabéns pelo nosso dia. Pelo nosso oito de março. Pelo sorriso que sabemos dar com a alma. Pelo brilho que só nós sabemos como carregar no olhar. Pelas lágrimas que seguramos, e pelos abraços apertados onde saciamos a saudade.
Parabéns para todas nós, guerreiras de salto alto!

Original publicado na página do Facebook, em 08/03/2014.

Gente leve

Gente que acorda rindo. Que fica livre, leve e completamente solta. Gente que abstrai dos problemas e que faz da chuva uma excelente máquina do tempo para voltar à infância.
Eu gosto mesmo é de gente assim. De riso solto. Sem frescura. Sem medo de estragar a chapinha, ou de deixar a maquiagem escorrer pelo rosto.
Eu gosto mesmo é de gente que abraça o mundo. Que começa a semana esperando pelo Carnaval. Que agradece de olhos fechados. Que tem amigos. Muitos amigos. Que engrandece a alma de quem precisa.
Por mais gente como a gente. Assim a gente fica feliz e o resto do mundo, também!

Original publicado na página do Facebook, em 24/02/2014.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

O mundo cresceu

E aí tu percebe que o mundo andou. Aquela menina que batia na porta do teu quarto para pedir a boneca – que já estava encerrada no armário – cresceu. Que o rapaz que chupava bico, hoje chuta bola. Que a frase ‘quando eu crescer’, virou ‘como queria voltar à infância’. E aí tu percebe que os segundos passam mais devagar durante a semana, pois não são apenas as aulas que te fazem ter rotina, mas o trabalho. E que o final de semana é muito mais curto e que domingo nem é tão ruim assim. Descobre o quanto é maravilhoso dormir mais cinco minutinhos, mas que é necessário cortar os legumes para o almoço estar pronto na hora.

E aí tu percebe que aqueles romances das telenovelas e dos filmes são um bando de farsas e vai desacreditando na expectativa de que os tombos te fazem evoluir, pois vive rebobinando uma fita chamada passado, que parece não ter fim.
Nessa constante busca pelo que ficou, e na ansiedade do que há por vir, nos perdemos na incessante angústia de não saber os porquês de tantos nãos que a vida nos dá. Nos pegamos com fé nos trocadilhos de ‘tudo tem seu tempo’, assim como cremos na frase ‘acontece na hora certa’. Mas, cadê? Onde está o nosso relógio? Será que esquecemos de verificar a bateria? Talvez seria o caso de trocar as pilhas.
Mas não, os ponteiros seguem andando em sentido horário. Parece que somos nós que escolhemos o caminho inverso. Que trilhamos na rota do de frente para trás. Não sei.
E aí tu percebe que vários casais deram certo e que todos os que te pareciam certos não passavam de loucos alucinados por uma pregação desconhecida. Percebe que os contos de fadas mentem e que reciprocidade virou sentimento de outro mundo. Começa a acreditar que está valendo mais apostar na loteria, do que nas pessoas.
E que triste. Que triste que se torna o mundo quando perdemos o tesão por rir sem motivo. Quando deixamos de lado a necessidade de abraçar, sem pensar que uma respiração fora do segundo esperado, pode estragar tudo. Que triste quando os elos se desfazem e os relacionamentos viram eternos joguinhos de sedução.
Já não me atrevo mencionar a palavra amor, tendo em vista que ela parece perdida em meio à hipocrisia humana. Mas ok, talvez essa minha falta de escrúpulos com as palavras logo deixe de ser áspera. Acho que só preciso de um banho de lua e de um piscar de olhares com as estrelas para voltar a acreditar que aquela garotinha que eu pensava que seria quando crescesse, enfim cresceu.


Original publicado na página do Facebook, em 20/02/2014.

Original publicado na página do Facebook, em 19/02/2014.
E se me acabarem as linhas, que eu mude de página. E se acabar o caderno, que eu siga escrevendo no céu, com a ponta de uma estrela, pois ela jamais deixa de brilhar. É apenas de sentimento que preciso para cronicar.



Original publicado na página do Facebook, em 11/02/2014.

Leite azedo

A gente pode acreditar em tudo. Naquilo que os olhos enxergam, ou no que o coração acha que viu. Pode desconfiar do sol, mesmo que o calor encha seu rosto de certezas, ou da Lua, ainda que ela desapareça em sua frente.
Acho que essa regra do ‘aprendi’ ficou meio fora de moda, como algo que se esconde atrás das verdades que ninguém aprova ou desaprova. São fatos que ficam meio entrelaçados com os sonhos, destemidos de uma realidade que grita, que se despe dos interesses e tem sede de ilusões perdidas na madrugada.
Sei lá, acho que a gente perde a noção do certo/errado quando aprende que caminhar olhando os próprios pés é uma certeza de que estamos caminhando, ainda que devagar; mesmo que sem saber o destino. Essa história de que os tombos ralaram os joelhos e as cicatrizes são a prova viva – e real – da maturidade não é bem lá honestidade. Creio que enquanto existir um pedacinho de pele saudável, mais tombos estão por vir, e pontos também.
Ainda que doa, ainda que seja desconfortável e até desesperador – em alguns casos – apaixonar-se é mais ou menos assim. É estar tão ciente de que tudo pode dar em nada, e ainda assim pegar-se acordado no meio da noite para encarar a estrela mais brilhante do céu. Ah, ok, isso parece meio romântico demais para aquele machão que acabou de sair da academia. Mas, crentes ou descrentes dessa fatalidade, ela acontece.
Vai ver é porque o mundo exige demais de uma sociedade. Ou a sociedade exige demais do mundo. Já perdi as contas, e também a noção de que ordem está correta. Acho que a gente perde milagrosos segundos por conta de um frio que arrepia a nuca e o estômago quando pensa em dar o primeiro passo. Quando decide sair da inércia e opta por chorar por algo que já fez, e não pelo leite que antes de sair da caixa e virar no fogão, virou líquido azedo.
É... essa é a realidade. Leite que não vira, azeda. Coração que não conhece o amor, também.



Original publicado na página do Facebook, em 11/02/2014.

Problemas

Sabe qual é o problema? Quando a gente deixa de acreditar em todos os sonhos que já estão desfeitos, surge uma outra proposta. Geralmente essa tentativa vem por meio de braços fortes, perfume tentador e uma voz suave e firme.
A gente tenta resistir. Pensa nas vezes que errou. E instintivamente arrisca um questionamento: Dessa vez será diferente?
É claro que a resposta é rápida, rasteira e quase alucinante: claro.
Pronto, um prato perfeito e destemido do futuro.
...
...
...
...
Sabe qual é o problema?
(ué, acho que já contei essa história. Ah, sim, mais de duzentas vezes).

Original publicado na página do Facebook, em 11/02/2014.

Sem rumo

Acho que no fundo, bem no fundo, mudanças doem. A gente até quer ir para o litoral, mas sempre lembra que é preciso primeiro encaixotar, depois desencaixotar, colocar tudo no lugar e a exaustão é grande até que tudo virem flores.
Mas vale a pena. Vale a pena pegar a estrada sem rumo; sem destino. Acordar sem saber onde está o relógio ou se a quarta-feira é dia 2,3,4 ou 10. Vale a pena gargalhar antes de dormir, mesmo que os sonhos te tragam lembranças que não são assim tão agradáveis. É que lembranças têm cheiro de saudade.
Pois é... mudanças não são assim tão agradáveis quanto parecem. Acho que é por conta do costume, do medo de que lá na frente algo não seja tão bom quanto era no passado. Acho que a gente tem mesmo é temor.
Mas vale a pena. Vale a pena pagar para ver. No final, até troco a gente acaba dando.


Original publicado na página do Facebook, em 07/02/2014

Linhas

Dá saudade. Nossa, muita. Mas saudade o tempo cura. Lembranças o tempo apaga. Sentimentos o tempo muda.
É que tem livros que são daqueles contos rápidos sabe?! Que um capítulo resume a história?! E esse foi o problema, por ser meio sem graça, perdido.
Ah, sei lá, vai entender a cabeça dos autores... acho que a gente sempre tenta dar um final melhor para as coisas. Então, que o nosso seja assim, com essas palavras que desejam 'felicidade na vida'.
Talvez as últimas linhas sejam para dizer que inconscientemente ainda estava esperando.
Mas, quando percebi, resolvi fechar a capa do livro, afinal, a última frase, do último parágrafo, já dizia: fim.

Original publicado na página do Facebook, em 07/02/2014
Era tanta gente que passava por aquele trem, que já não sabíamos se a estação era testemunha da saudade ou da alegria. Mas, uma coisa era certa, os trilhos sabiam guardar segredo.

Original publicado na página do Facebook, em 07/02/2014

Descomplica

Tudo é tão simples, a gente que complica. Quem é que já não ouviu, leu ou disse essa frase?! Eu, pelo menos, já fiz de tudo com ela. Desde sentar com as costas na porta e os pés estendidos à frente e repensar sobre a vida, até sair de casa com o discurso na ponta da língua e desistir na esquina.
Não sei se é covardia, ansiedade ou temor do futuro, mas sempre acabamos adiando a dieta para a próxima segunda-feira, o corpo perfeito para o verão do ano que vem, a festa para um final de semana sem chuva, e o encontro com os amigos para o dia que ninguém tem nada para fazer. Mais que isso, deixamos o celular pendurado no fio do carregador, olhando inúmeras vezes se o whatsapp tem alguma novidade, ao contrário de ligar.
É tanto plano infinity sei lá das quantas, que ainda preferimos deixar o coração apertado, cheio de saudades à ir atrás do que quer.
Talvez a lua seja uma ótima companhia para ficar encarando a noite inteira; mas já parou para pensar no quanto ela se tornaria mais bela, se tivesse um outro alguém do lado?! Ou quem sabe, se conseguisse admitir que contar as estrelas só tem graça se formos comparando ao número de passos que o caminho comporta até chegar ao destino certo?!
Acho que a gente complica mesmo. A gente se questiona; se desfaz da vontade. Acho que a gente espera a vida passar. Usa o relógio como desculpa e depois fica contemplando a farmácia, afinal, o tempo não foi o melhor remédio.
A vida é simples, a gente que complica. Descomplique-se! Talvez seja hoje um ótimo dia - em plena terça-feira - para quebrar os paradigmas e ir atrás do que te faz fechar os olhos e sorrir - ou de quem.


Original publicado na página do Facebook, em 04 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Homem de Verdade

Será mesmo que ele tem que chegar galopando sob o pelo branco de um relincho que se escuta quando os grilos param de cantar? Será mesmo que precisa ter os olhos claros e um cabelo cor de mel louro esvoaçante, vestindo uma capa azul céu? Será mesmo que ele precisa apaixonar-se perdidamente de cara - olhando em teus olhos pela primeira vez?
Será mesmo que precisavam ter feito mil e uma histórias infantis, narrando príncipes e para sempre invertidos da realidade? Não! Não era necessário. É cansativo abrir quinhentos e noventa e quatro livros e não enxergar defeitos. Quem é que suporta a perfeição, se ela não existe!?
Nós não somos garotas que acordam com os cabelos impecáveis, sem olheiras e com um sorriso estonteante diariamente. Nós não temos um humor de algodão doce, e não vestimos vestidos no joelho, em nossos corpos que raramente são esculturais. Não temos a voz leve como a de um passarinho, e também não somos idolatradas por sete anões.
Aquele clichê de príncipe não existe. Ele não vai bater à sua porta e te pedir em casamento no segundo encontro. O motivo? nós não somos princesas também.
Emocionante e viciante mesmo é a expectativa; as páginas longas que demoram para virar. É a correria de um trabalho que te despenteia e te faz chegar em casa mal humorada, querendo falar só com as paredes. E nesse mundo da mulher real, existem os homens de verdade.
Homem, mas homem de verdade mesmo, não é aquele que brinca de ser super herói. Nem aquele que copia as atitudes do filme de comédia romântica. Cinema, teatro e contos de fada são irreais. Queremos homens de verdade.
Aqueles que te contam uma piada sem graça, que no final tu ri por ri; ri por estar feliz. Homens que te façam cócegas sem esperar que teu corpo se vire em curvas sexys, mas sim uma figura descompensada, que cai com tudo ao chão, depois de tropeçar em um salto 15.
Queremos homens que ofereçam adrenalina. Mas não uma adrenalina de subir em um avião rumo Paris. Queremos a aventura de andar descalços em cima das pedras, só para não estragar o sapato. Queremos essa adrenalina fácil, cotidiana, simples, mas que possamos chamar de nossa.
Queremos aquele homem que não é modelo, pois modelos cansam. Eles ilustram a beleza, mas são estáticos. São parados. São um reflexo intacto de um espelho que quebra aos poucos. Queremos uma gargalhada no meio do filme romântico, só para descontrair, para não te deixar chorar; ou quem sabe, um beijo avassalador em meio à briga desnecessária onde um questiona o outro sobre o porquê do celular estar desligado.
Homem de verdade é aquele que vai te deixar sentada, deitada ou em pé esperando. Sim, eu não confundi a ordem. Ele vai deixar mesmo. Vai esquecer. Mas depois vai pedir desculpas. É que o homem de verdade trabalha. Tem defeitos. Tem compromissos. Tem amigos. Homem que larga tudo por uma mulher, larga também a mulher por algo que ali adiante vai achar mais necessário.
Queremos homens que aumentem a nossa ira, só para mais tarde aumentar a nossa paixão. Homens que esqueçam o relógio, só para não deixar existir monotonia. Que atravessem o universo para te ver, mas que também te peçam para que tomes atitudes.
Queremos homens que exijam mais de nós, mulheres. Que desafoguem os nossos medos com um banho de chuva, ou deitados esperando a lua ir dormir para deixar o sol nascer. Homens que vão chorar e brigar. Que vão te pedir para ficar mais calma. Que vão levantar dúvidas sobre o que realmente querem e que só com o tempo vão descobrir se o que querem está em nós.
E vai dar raiva. Vai dar medo. Vai dar vontade de chutar o balde e sair correndo. Mas faz parte. Faz parte do relacionamento atual. Faz parte das reações de homens e mulheres. De seres humanos que dependem única e exclusivamente de si mesmos para serem felizes.
E quando descobrirmos que a felicidade já faz parte de nossa essência, aí sim esse homem complicado, inconsequente e incrivelmente perfeito irá aparecer. Não para nos completar, mas para partilhar aquilo que a gente vive a vida inteira sem saber descrever, o amor.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Parabéns, Saudade.

Eu não sou de procurar no calendário o dia do Santo tal; nem aquele que significa comemorar a existência do beijo. Não me pergunte quando é que saldamos o abraço; também não sei de cor a data que celebra o aniversário da cidade.
É, pode até ser que eu tenha uma memória (um pouco) boa, mas decorar signos e seus desdobramentos nunca fez parte da minha essência. Mas sou escritora - ou pelo menos tento.
Nessa busca incessante por sentimentos que surgem no canto da alma, encontrei a necessidade de dizer parabéns quando sinto que alguém ou algo merece.
Pois então... Ouvi dizer que hoje ela está recebendo méritos, que em sua homenagem estão colocando fotos, frases e até mesmo declarações. É seu dia. Dia em que os corações levantam bandeira branca e o telefone toca. Dia em que aquela caixa que estava no fundo do armário vai parar em cima da cama; em que as fotos reveladas recebem o calor das lágrimas.
Ouvi dizer que hoje ela merece perdão; que deseja ser desculpada pela dor que às vezes deixa. Ouvi dizer que essa tal de Saudade até faz bem.
Até pode ser que 'Eu sinto falta' seja uma frase conhecida em qualquer parte do mundo; afinal, sentimos falta de alguém que se foi. De quem quis partir. De uma viagem que ficou impregnada no passado. Sentimos falta do cheiro, do beijo, do gosto. Falta do abraço; ou da fé.
Mas é só aqui, só nosso bom e velho português, que nós, brasileiros calorosos, sentimos saudade.
E saudade é mais forte. Saudade arrepia a alma e mata o orgulho. Saudade desfaz o temor, encurta a curva, cria expectativas.
Hoje é o dia da saudade. Mas é também o dia da infância, dos amores mal resolvidos, das paixões muito bem vividas - mas que acabaram. Hoje é dia daquele aperto que dá no peito, e da palavra perdão.
Hoje é dia de sentar sob o olhar da lua e encarar os nossos medos, de deixar uma mensagem de voz perto da meia noite. De dormir com a esperança renovada.
Hoje é dia da saudade. E do que mais quisermos que seja.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Nova rota

O dia nasceu mais claro. Não sei se é o sol, ou é apenas o reflexo que enxerguei no espelho, logo quando acordei sorrindo.


Onde está aquele grito de liberdade que veio parar em minhas costas quando os pássaros fugiram do céu e viraram tatuagem? Cadê aquela mania boba de sentar atrás da porta e esperar pela próxima ideia mirabolante surgir, onde eu saia correndo, escorregava o arco íris, e mais tarde beijava a lua?
Por onde andam aquelas palavras sem sentido, com sabor de café, que me pediam para registrar um sentimento oculto - ou nem tanto. Talvez esteja lá pelo passado, em uma caixa perdida em meio às tristezas que já apaguei. Não sei.
Talvez o mundo só esteja girando. Escondendo a chuva dos dias de sol, como um beija flor. 
Eu andei me perguntando sobre os porquês da vida. Às vezes uma lágrima meio boba e perdida escorria pela face, mas era só o sabor da saudade; uma lembrança que se desfaz aos poucos, dentro de um coração que teima em não dizer adeus.
Mas passa. Passou.
O que ficou? Alivio. Um desejo constante de viver um dia de cada vez. De sair correndo pela calçada e cair na grama molhada. De ir dormir às 5h para acordar às 8h. Ou não acordar; uma vontade de anular o final de semana com a cabeça no travesseiro. De me perder na esquina da cidade vizinha.
O que restou do sonho foi aquela mania de não deixar nada para trás. Mas a ansiedade ficou por lá, perdeu-se.
O caminho agora é leve.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

4,3,2,1...


2+2=5?!

Pode parecer bobagem, mas eu sou do tipo que se entrega. Daquelas que ou fica sentada na areia queimando ao sol, ou mergulha de cabeça na primeira onda. É certo que às vezes me pego molhando os pés, mas não faz o meu estilo ‘me fazer’ por muito tempo. Eu sou das rótulas bem feitas, dos círculos completos, dos quadrados exatos. Essa história de retângulos não são comigo. Ora se entregar 30 na reta e apenas 10 na dobrada? Não, que sejamos sempre os mesmos, intensos e contínuos. Lógico e exato, como matemática.

:*

Uma despedida sem beijo é como fugir no meio da madruga para roubar flores, e voltar apenas com os riscos na ponta dos dedos, deixados pelos espinhos.

É simples...